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Decoração afetiva: veja como aplicar sua história de vida na sua casa
Kate Darmody
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A decoração afetiva busca criar ambientes que contem histórias pessoais, conectando a moradia com as experiências e a essência dos moradores. A partir dela é possível promover bem-estar e saúde emocional, através do design holístico e integral, respeitando a natureza de cada um.

Todo ambiente pode ser afetivo

Fui visitar a casa de uma cliente e, naquele dia, eu não tinha nada programado. Tão pouco tinha uma receita pronta para fazer aquele trabalho dar certo. Enquanto caminhava pela casa, observava cada ambiente com a nítida sensação de que tudo ali poderia melhorar.

De um lado, móveis e objetos desconfortavelmente decorando os ambientes enquanto tentavam em um último suspiro manter a aparência de um passado que já não existia mais. Por outro lado, eu, contemplando tal disposição que visivelmente não retratava mais a inteireza de quem habitava aquela casa.

A vida deu voltas e seguiu por outros rumos. Espaços teriam que ser abertos para os novos desejos. Estampar seu momento ao redor de si mesma, era o que ela mais queria quando me chamou para repaginar seus ambientes.

Até então, carregava na bagagem como diretora de arte, a sabedoria de construir ambientes cenográficos, nos filmes de ficção que fiz, para contar as histórias dos personagens afetando o sentido dos espectadores. Porém ali na vida real, entendi que seria diferente.

Passei tempos procurando um caminho para poder fazer o mesmo com as casas e seus habitantes. Conectá-los. Um jeito de estabelecer uma relação saudável entre morada e morador. De criar ambientes em função da percepção de quem vai usá-los. Contar suas histórias. Investigar sua essência. Eu queria um modo diferente de trabalhar.

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União com a natureza

Foram esses questionamentos que me levaram em 2017 a criar um projeto pessoal chamado Design Afetivo. De lá para cá o movimento amadureceu. Vivenciei muitas experiencias onde aprendi várias coisas.

O maior aprendizado que tive é que podemos criar ambientes através de nossas histórias de vida. Partindo de nossa origem, bem como da percepção de nossos sentidos.

Recentemente aprendi também através da neurociência, que o comportamento humano é totalmente influenciado pelo ambiente ao seu redor. Sendo assim, penso que toda casa deveria ser tratada de forma que nos fizesse voltar ao nosso fundamento.

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Aos primórdios de nossa natureza, algo que tenha valor real em nossa trajetória como seres humanos, para em contrapartida sermos afetados positivamente em nossa saúde e bem-estar. Uma troca que nutre.

Tudo ao nosso redor impacta diretamente na forma como vivemos, trabalhamos e nos conectamos uns aos outros. Adoecemos, quando vivemos em lugares que não nos identificamos.

Ambientes que curam

Em um tempo não muito distante, não se pensava em projetar ambientes de forma tão completa como hoje em dia. Termos que recentemente tem surgido, como neuroarquitetura, design biofílico, biomimética ou arquitetura sensorial, partem da premissa de criar ambientes naturais focados na saúde, potencializando ao máximo a humanização dos espaços.

Um olhar de grande valor que se revisita em uma nova roupagem em se tratando de construir ambientes de acordo com os ciclos da natureza, externa e interna.

As percepções cerebrais evoluíram, ao passo que o desenvolvimento dos projetos deverá acompanhar esse avanço. Temos que investir na psicologia do processo. Conhecer mais a fundo quem nos solicita para cuidar de seus espaços.

Portanto nós, arquitetos e designers, estamos mais do que na hora de abrirmos os sentidos para trabalhar de forma holística e integral, promovendo acima da estética, espaços que curam.

A natureza de cada um

O exercício diário de empatia, de me colocar no lugar de quem irá habitar esses espaços, tem me transformado em uma nova profissional para um novo mercado que anseia mais do que nunca voltar a natureza humana.

Atualmente tenho trabalhado com esta curadoria afetiva nos ambientes, o que tem me ajudado a encontrar o caminho que eu estava buscando. Sigo revisitando o antigo, porém interpretando a casa de forma contemporânea e natural, e acima de tudo, respeitando quem a habita.

Me realizo em ajudar pessoas a cultivar o bem morar, tanto quanto incentivá-las a valorizar o que de melhor elas possuem: sua própria natureza.

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