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O que você pensa sobre o medo de mudar de carreira?
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Neste artigo:

Quem deseja (ou precisa) de outros rumos sente muito medo do caminho desconhecido e das incertezas que chegam junto com ele. Entenda como lidar melhor com essa emoção.

Uma transição de carreira não é só sobre mudar de trabalho. É também, e principalmente, experimentar identidades possíveis. Se você não for apenas esse profissional que já conhece, quem mais pode se tornar? Se não fizer as coisas de sempre, com o que mais pode se identificar?

Para chegar nesse entendimento, você vai precisar rever as suas opções de trabalho, claro, mas vai precisar mesmo é avaliar o que pensa – e o que sente a partir do que está pensando.

Isso porque o que você pensa influencia diretamente a forma como você se sente e o que você sente vai determinar o que você escolhe fazer. Esse é um processo contínuo, que tem impacto em tudo na vida. Imagina o que acontece quando a gente esbarra em alguma coisa que mexe com a nossa noção de valor, de capacidade, de contribuição?

Você tem medo do que?

O medo é um dos principais embatucadores* de uma transição de carreira. Quem deseja (ou precisa) de outros rumos sente muito medo do caminho desconhecido e das incertezas que chegam junto com ele.

Há muita incerteza numa mudança profissional. A gente não sabe o que realmente quer fazer. Não sabe por onde começar. Não sabe como fazer pra se manter financeiramente. Não sabe a quem pedir ajuda. Não sabe como migrar para uma área em que não tem experiência. Não sabe se vai dar certo e por aí vai. Qual o seu medo mais recorrente?

Medo é uma emoção carregada de desconforto e que tem tudo a ver com os riscos percebidos a partir desse tanto de incertezas. Mas o medo também é uma emoção que contém muita informação útil à nossa ação. O medo conta, por exemplo, onde a gente pode se preparar melhor, onde deveria buscar apoio/orientação e onde está diante de alguma coisa que pode realmente configurar uma roubada.

LEIA TAMBÉM: O que você pensa sobre as suas preocupações?

Encare os seus medos de forma ativa

Lidar com o medo, portanto, é mandatório se você quer desembatucar e encontrar um modo de se colocar em movimento para explorar as suas possibilidades com mais confiança.

Duas abordagens são necessárias: uma para dentro e outra para fora. E elas podem acontecer concomitantemente.

A primeira é uma prática mental baseada na curiosidade ativa. Trata-se de observar suas emoções e sentimentos e de chegar mais perto desse conjunto para reconhecer que a maior parte dos seus medos está acontecendo apenas dentro da sua cabeça!

Este tipo de observação descrita acima vai gerar intimidade com as suas crenças (os pensamentos que você tem e acabam virando “regras” de atuação) a respeito da transição de carreira, dos seus talentos, dos seus recursos e das suas possibilidades. Essa intimidade vai criar objetividade e isso vai ser fundamental para que você possa escolher como quer se comportar toda vez que o medo vier acompanhado de um pensamento que você já conhece e sabe que não é positivo para o seu processo.

PARA LER DEPOIS: O que o seu medo pode fazer por você?

Explore além do que já conhece

A segunda abordagem (“para fora”), por sua vez, é um convite à experimentação. Afinal, você só vai saber o que pode acontecer se entrar em contato com a realidade. Ou seja, quando se colocar ativamente em um movimento em direção ao(s) seu(s) medo(s).

Uma opção é se conectar com novos assuntos (por meio de uma aula gratuita sobre um tema de seu interesse, por exemplo). Você também pode se conectar a pessoas novas (por meio da participação em um grupo que estuda/pratica algo que chama a sua atenção). Que outras ideias você tem?

Procure qualquer atividade ou qualquer pessoa que possa oferecer uma nova maneira de perceber o mundo e o seu próprio funcionamento – em um ambiente diferente do de sempre. Se isso exigir que você salte por cima do seu julgamento e de algumas crenças a respeito do que é útil ao seu processo de desembatucação, aceite e vá em frente!

Comece com pequenas ações que gentilmente gerem informação e também um pouco de pressão. Isso é importante para que você use a energia do medo estrategicamente, a favor de movimentos de esclarecimento.

Não vai ser pensando e pensando sobre os seus medos, as suas opções e as suas chances de “dar certo” que você vai desembatucar. É preciso se expor para ver além do que você sente quando pensa em recomeçar.

*Uso a palavra embatucar para explicar aquele momento na carreira e/ou na vida em que a gente paralisa, emperra, se sente incomodada, mas não sabe como agir e muitas vezes nem tem palavras para descrever o que está sentindo/querendo.


JU DE MARI (@prosa_coaching) é uma jornalista que virou coach para mulheres na PROSA Coaching. Pratica singelezas como forma de se relacionar com a vida de maneira mais criativa. Adora flores e fotografia, tem dois filhos e raízes no frevo pernambucano. Nesta coluna mensal, compartilha reflexões sobre transição de carreira e de estilo de vida para inspirar pequenas revoluções possíveis e práticas.

Leia todos os textos da coluna de Ju De Mari em Vida Simples.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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