A autoaceitação é o primeiro passo para a mudança
A autoaceitação abre as portas para que a gente se permita mais - e só assim podemos transformar a nós mesmos e o que está ao nosso redor
“O curioso paradoxo é que, quando eu me aceito exatamente como sou, então posso mudar.”
Essa frase de Carl Rogers, psicólogo norte-americano (1902– 1987), ressoa profundamente em mim e, tenho certeza, em muitos de nós, que buscamos evoluir num mundo atordoado por exigências e expectativas.
Admiro pessoas que têm a coragem de deixar para trás fama, dinheiro e status para serem quem realmente desejam ser.
Um exemplo conhecido é Ana Paula Arósio, um dos meus ídolos da juventude, que desapareceu dos holofotes para viver no interior da Inglaterra com o marido.
Lá certamente encontrou espaço para ser ela mesma, para viver longe das pressões do mundo moderno. Algumas pessoas do meu círculo íntimo também fizeram isso.
Penso que suas escolhas representam um ato de ousadia e determinação. E vibro com elas, porque sinalizam que todos podemos mudar, seja qual for nossa trajetória pessoal e profissional ou momento de vida.
Não precisamos ir tão longe ou ser famosos como a atriz, tampouco deixar de lado a vontade de melhorar a cada dia.
Por onde começar? Compreendendo quem somos e o que nos faz bem. Eis a base sobre a qual podemos construir mudanças reais e duradouras em qualquer área do viver.
Autoaceitação é nos permitir
Aceitar cada parte de nós – as virtudes, as qualidades, os defeitos e as limitações, o que queremos ou não queremos mais – cria espaço para promover mudanças.
O acolhimento de si nos permite examinar nossas experiências com um olhar mais gentil e compreensivo.
E é desse jeito que a transformação genuína acontece. Entretanto, não é como uma imposição, mas como uma escolha natural que flui a partir da conciliação entre quem realmente somos e o que queremos. Segundo, sobretudo, a verdade do coração.
Pode parecer que a aceitação de nós mesmos signifique se resignar, parar de evoluir. Acredito que seja justamente o contrário, pois ela nos torna mais receptivos ao crescimento e à lapidação interior.
Pode reparar. Quando nos permitimos ser quem somos, renascemos para uma nova percepção do que podemos realizar e, consequentemente, abrimos as portas para outras direções, oportunidades e potencialidades.
Depois de muito caminhar, aprendi a enxergar a mudança como um processo permanente, tal qual a argila que se molda ao que vamos desvendando durante o percurso.
Não há que se acelerar o vir a ser, pois ele jamais será imediato.
Não fica mais leve assim, tendo curiosidade por aquilo que se transformará no decorrer das descobertas sobre nós mesmos?
➥ MAIS DE LUCIANA PIANARO
– Quando o corpo nos fala, melhor não ignorar
– O verdadeiro sucesso reside na consciência
– Ser coerente é simples e complexo ao mesmo tempo
Conteúdo publicado originalmente na edição 273 da revista Vida Simples
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