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Por que valorizar a amizade feminina pode mudar a sua vida?
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A maioria de nós, mulheres, foi criada com muitas falas que instigam a rivalidade feminina. Você provavelmente já ouviu que mulher não é um “bicho” confiável ou que um ambiente cheio delas é repleto de fofoca, picuinha e inveja. Mas a verdade é que a amizade entre mulheres é tão poderosa que pode transformar a sua vida

Ter amigas mulheres contribui para melhorar a sua autoestima, aumentar o bem-estar e até mesmo prolongar a sua vida! Mas como isso é possível? Vem comigo que eu te explico o poder da amizade feminina

Amizade feminina pode prolongar a expectativa de vida

Você não leu errado, é isso mesmo! Suas amigas podem contribuir para que você viva mais!

Um estudo realizado pela pela Universidade da Califórnia (UCLA), nos Estados Unidos, conclui que ter amigas mulheres pode, sim, prolongar a vida das amigas. 

De acordo com a pesquisa, o apoio emocional e a empatia que as mulheres proporcionam entre elas em uma amizade contribui para a diminuição dos níveis de estresse. Dessa forma, há um aumento dos hormônios responsáveis pela sensação de bem-estar. 

A psicóloga Valeska Bassan explica que as mulheres oferecem suporte emocional significativo umas às outras, criando um espaço seguro para compartilhar sentimentos e vulnerabilidades. 

Além disso, há compreensão e empatia profundas, que surgem de experiências de vida semelhantes relacionadas ao gênero. Como questões de maternidade, enfrentamento de discriminação ou pressões sociais específicas.

“Essas conexões podem ser uma fonte vital de apoio e entendimento mútuo, fortalecendo os laços entre as amigas e contribuindo significativamente para o bem-estar emocional e mental”, afirma Valeska. 

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O poder de transformação da amizade feminina

O poder de acolhimento, escuta e compartilhamento de uma mulher é tão potente, que é capaz de transformar a vida dos seres humanos que se relacionam com ela. 

“Há uma frase linda que diz assim: ‘toda história que pode ser contada, pode ser superada’. Uma mulher que escuta, acolhe e compreende a outra, pode ser um grande canal de cura”, diz a psicóloga e psicanalista Vera Cristina de Freitas. 

A jornalista Fernanda Labate, de 31 anos, é um grande exemplo de que as conexões femininas têm a capacidade de proporcionar essa cura. Ela sempre teve muito mais amigas do que amigos. 

“Quem me carregou no colo a vida inteira foram mulheres: minha mãe, amigas da minha mãe, minhas amigas, professoras…”

Mas, mesmo convivendo com mulheres desde pequena, Fernanda sempre teve a autoestima muito baixa, e relacionada à aprovação masculina. E o que mudou isso foram os laços com outras mulheres, que se estreitaram ao longo dos anos. 

“Conforme fui crescendo e aprofundando a relação com algumas amigas, eu comecei a admirar tanto essas mulheres e as coisas pelas quais elas passavam, que o olhar delas sobre mim se tornou muito mais importante do que o de qualquer homem. Elas passaram a me olhar de uma forma tão bonita, que eu comecei a acreditar.”

Além disso, Fernanda conta que olhar para as amigas com admiração, fez com que ela conseguisse se enxergar com mais amor. 

“Eu comecei a me valorizar, de fato, por ser quem eu sou. Da mesma forma que eu valorizo essas pessoas e que eu enxergo essas pessoas, eu comecei a me enxergar. É como se fosse um espelho, eu passei a admirá-las e passei a me enxergar da mesma forma.”

Desconstruindo a rivalidade feminina

Desconstruir a rivalidade feminina, especialmente para uma mulher que foi criada para não confiar em outras mulheres, é um processo que envolve introspecção e mudanças conscientes. 

Para Valeska, antes de mais nada, é preciso reconhecer e questionar crenças internalizadas, refletindo suas origens e influências.

Do mesmo modo, é importante educar-se sobre feminismo e entender a importância da solidariedade feminina. Assim, é possível compreender a origem dessa rivalidade, e desmistificá-la.

Desenvolver empatia pelas experiências de outras mulheres também é essencial para permitir uma conexão mais profunda e a percepção de que elas não são adversárias, mas aliadas”, pontua a psicóloga.

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Mulheres são aliadas, não rivais!

Fernanda entendeu cedo que as mulheres podem ser aliadas até mesmo quando estão num cenário de disputa. 

A jornalista, que mora em São Paulo, namorou com um menino do Rio de Janeiro quando tinha 20 anos. Como a relação era à distância, ambos decidiram abrir o relacionamento, mas com uma condição: eles podiam ficar com outras pessoas, mas sem aprofundar a relação. 

Mas, um dia, ela descobriu, através de uma amiga, que o menino havia ficado com uma amiga dessa amiga por mais de uma vez e a menina havia se apaixonado, só que ele nunca contou que namorava. 

Fernanda, então, pediu que a amiga enviasse o perfil dessa menina e as duas começaram a conversar. Depois de um longo papo, as duas descobriram que estavam sendo enganadas por ele. Resultado: a jornalista terminou o namoro, a menina também se afastou do menino e as duas se tornaram amigas. 

“A gente só soube dessas coisas conversando. Não tinha motivo algum pra gente querer competir. Éramos apenas duas mulheres que estavam sendo enganadas pelo mesmo cara. Se a gente não tivesse conversado, as duas continuariam chateadas por conta de um cara que não merecia isso, não merecia ficar com nenhuma das duas. Foi uma virada de chave para mim, me mostrou que uma amizade pode ser muito maior do que um namoro”, afirma Fernanda. 

Como nutrir e reconhecer o valor da amizade feminina

Existem várias formas de nutrir e reconhecer o valor das amigas. Algumas delas são: 

  • Trate-as como prioridade;
  • Mantenha conversas regulares;
  • Planeje encontros com frequência;
  • Mostre apreço;
  • Ofereça suporte;
  • Expresse gratidão;

E, antes de mais nada, lembre-se: a confiança é o que mantém e prolonga o vínculo.

Depois de apresentar todos os benefícios que a amizade feminina traz, só me resta dizer uma coisa: valeu por você existir, amiga!

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