Saber encerrar ciclos é ser capaz de dançar com o tempo
Ao longo da vida, a gente aprende que quem consegue encerrar ciclos pode dançar com o tempo, em vez de querer segurá-lo
Era o último dia de aula do jardim de infância. No ano seguinte, eu iria cursar a primeira série em uma nova escola. Naquele encerramento, as crianças e suas mães cortavam papéis em formato de árvores e criavam um enfeite natalino, com a atenção da minha professora.
Patrícia tinha um sorriso generoso e abraço acolhedor, que ainda habitam as minhas lembranças. Também é a mais tenra memória que eu tenho de escutar Simone e “Então é Natal”. E o que você fez?
Confira a edição 262 de Vida Simples:
Compreenda os ciclos da vida: é preciso aceitar o fim para recomeçar
Em algum momento, desabei a chorar. Eu não queria que aquilo tudo acabasse… Não queria mudar de escola, perder meus amigos e nem a minha professora. Minha mãe me olha com um olhar de cumplicidade: ela também não sabia lidar com as despedidas.
Ainda hoje, lembro desse dia com alegria e uma pontinha de saudade. E, por sincronicidades da vida, agora me vejo diante de mais um ciclo que se finda: meu filho, Ben, vai mudar de escola.
E eu já me sinto saudosa das bonitas vivências que ele teve nos últimos anos, na mesma medida em que torço para que ele goste do novo colégio e tenha boas experiências.
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Dançar com tempo é acolher o encerrar dos ciclos
Aí, aquela menininha de cabelos longos e franja farta que eu fui um dia vem me visitar, com spoilers do futuro (ou do passado, não sei): “vai ficar tudo bem”.
No ano seguinte, ela viveu experiências novas e até gostou de um menininho (e não é que 25 anos depois eles se reencontram e se reapaixonam? Mas, bem, isso é assunto para outra carta…).
Ao longo da vida, a gente vai aprendendo que encerrar ciclos é ser capaz de dançar com o tempo, em vez de querer segurá-lo. É acolher que nossas experiências duram o que precisam durar.
E, quando se findam, adubam o que está por florescer. Uma música termina e outra começa. Que o Ben, eu e você possamos encerrar nossos ciclos gratos pelo que foi vivido.
E com o coração aberto para, mais uma vez, sonhar, amar e ser feliz.
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Conteúdo publicado originalmente na Edição 262 da Vida Simples
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