A arteterapia traduz a linguagem da alma e promove afeto
A arteterapia é a linguagem silenciosa da alma, pintando caminhos de cura e revelando emoções que as palavras nem sempre conseguem exprimir.
Adriana Tucci, autora do texto a seguir, faz parte da Comunidade Vida Simples. Ela descreve sua experiência com no ramo da arteterapia e mostra, com toques de alma, o poder transformador do afeto e das imagens.
O afeto como catalisador das transformações
Ao entrar na sala daquela casa, aproximou-se um cachorrinho dócil. Ainda um pouco apreensiva com o que aconteceria na sessão de arteterapia, lembrei da Nise da Silveira, médica psiquiatra, e sua sensível contribuição com os invisíveis: o afeto catalisador.
Espalhei as imagens pelo tapete e acolhi aquela menina que conheci naquela tarde. Mesmo em situação de vulnerabilidade, entre sorrisos e poucas palavras, ela trouxe imagens que expressavam amor, confiança e sim: o afeto catalisador.
E é embalada por essa vivência com alma que gostaria de compartilhar minhas andanças nas imagens da arteterapia.
O encontro com a arteterapia
A arteterapia junguiana chegou na minha caminhada como um bálsamo de reconexão com a vida. A cada encontro da formação, experienciamos técnicas expressivas e costuramos, pouco a pouco, cantinhos do coração de nossas almas. Dentre as diversas possibilidades arteterapêuticas, surge a colagem, como um recurso que faz ponte, iluminando nossa sombra diante de imagens que contam preciosidades da nossa história.
Para quem não conhece, a arteterapia junguiana é uma abordagem terapêutica centrada no processo de cura pela arte, explorando caminhos expressivos, que nos conduzem ao inconsciente a partir de imagens simbolizadas em sonhos, mitos, contos e todo o universo misterioso da alma.
Abordagem junguiana: imagens vivas e com existência própria
Como bem descreve Alexandra Duchastel, em seu livro O caminho do imaginário*, “os junguianos consideram que as imagens são vivas e que elas têm uma existência própria, independente da pessoa que as criou. Elas possuem sua própria estrutura e são regidas por suas próprias leis. A imagem se transforma e transforma a pessoa que a imagina, a desenha, a sonha ou a dança”.
De mãos dadas com a arte, Corina Post, analista junguiana e uma das coordenadoras da formação, nos presenteia com o chamado que toca e pulsa, “a alma clama por conexão, algo que possibilite abrir os sentidos e o coração para a vida, para a natureza, para as pessoas, para o mundo, animando-o e almando-o novamente.”
A arteterapia e o tempo do florescer
Assim como o cultivo e a manutenção de um jardim, o trabalho do arteterapeuta traz no âmago da sua essência a entrega de nutrientes na compostagem, paciência em suportar o desconforto das tempestades e coragem em aguardar o tempo do florescer.
Diante do mar do inconsciente, venho me beneficiando e utilizando as imagens da revista Vida Simples nos atendimentos arteterapêuticos, onde cada matéria é abraçada por ilustrações que simbolizam, mas também dançam por si só. É sobre essa delicadeza gentil que repousa o afeto catalisador.
Adriana Tucci (@adrianatucci_arteterapia) é arteterapeuta em formação e, após um longo mergulho dentro de si mesma, trocou o estilo de vida e hoje trilha o caminho do coração, residindo na cidade de Canela, com seu marido João e seus dois filhos, Gabi e Pepe, em uma casa no meio do mato.
Este texto foi produzido por um membro assinante da Comunidade Vida Simples e publicado no blog Você + Simples.
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