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O que desejamos para a infância de nossas crianças?
Giu Vicente
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As crianças têm uma capacidade de empatia desprendida de tudo, que permite acolher o outro na sua totalidade. Elas se aventuram a descobrir o mundo à sua volta, vencendo os medos, desenvolvendo sua independência, aprendendo a conviver, a usar o diálogo, a se descobrir, descobrir o outro, a expressar sentimentos, entender e saber respeitar a diversidade.

A seguir, vamos explorar a notável capacidade de empatia que as crianças possuem, destacando como elas se aventuram no mundo, desenvolvem suas habilidades sociais e enfrentam desafios emocionais. Também discutiremos o impacto da tecnologia na infância, considerando as mudanças sociais e os efeitos do uso excessivo de dispositivos digitais.

Ao longo deste texto, vamos refletir sobre a importância de encontrar um equilíbrio no uso da tecnologia na educação das crianças. Além disso, compartilharemos algumas dicas práticas para promover um desenvolvimento saudável e enriquecedor na infância, enquanto preservamos a essência única deste período especial da vida.

O papel dos adultos na educação emocional das crianças

Como sofrem, porém, quando se desentendem com um amigo e como precisam de adultos dispostos a dar a voz para reconhecer a sua capacidade de se colocar no lugar do outro, de se expressar e de conseguir resolver o seu problema, entender que são autoras de suas vidas, que seus valores, ritmos e repertórios multiculturais devem ser respeitados.

A nós, adultos, cabe o papel de escutá-las, de dar condições para experienciar e vivenciar situações cotidianas, agindo como facilitadores de seus encontros, estimá-las e encorajá-las frente ao choro e à frustração. Nosso papel é contribuir com que esse processo de socialização ocorra por meio do brincar e dos vínculos estabelecidos.

Desafios da era digital na educação infantil

Mas como podemos ser facilitadores das relações sociais entre as crianças em um mundo tecnológico?

Nós nos deparamos com cenas no cotidiano em que as crianças estão debruçadas sobre os smartphones, videogames, jogos no celular. Envolvidas de tal maneira que não conseguem tirar os olhinhos de tão poderosos e sedutores recursos digitais, utilizados sem apresentar nenhum receio das telas, botões, luzes e novidades.

Mudanças sociais e seu impacto no brincar infantil

Vivemos, também, muitas mudanças e transformações sociais, como a sobrecarrega de trabalho, a nova realidade pós-pandemia, a questão da violência levando ao medo e ao isolamento.

Todo este cenário mudou o espaço do brincar e as brincadeiras não são as mesmas. As crianças estão brincando nos apartamentos, utilizam pouco os espaços públicos para brincar, passando mais tempo frente às telas.

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As crianças estão brincando menos por causa da tecnologia?

Observamos que vários são os impactos desta relação da criança com o universo tecnológico. Muitos estudos e pesquisas são realizados para compreendermos melhor os benefícios e os prejuízos desta prática, mas ainda não totalmente conclusivas sobre as implicações no desenvolvimento infantil.

Analisando esse contexto, a criança que passa muito tempo na frente da tela pode desenvolver uma tendência a criar um mundo paralelo, estabelecendo laços com suas vontades e preferências, distanciando-se do mundo real, e, ao se deparar com o outro, ao construir uma relação, poderá encontrar dificuldades para lidar com diferentes pontos de vista, com as frustrações e os diversos sentimentos que envolvem a convivência.

Pode inclusive sofrer atrasos no desenvolvimento social e emocional, nas habilidades sociais como empatia e comunicação e prejuízos na interação com os familiares e com os amigos, pois este tempo que passa na tela substitui o tempo que passaria interagindo.

O papel positivo da tecnologia na infância

Avaliando os benefícios do uso da tecnologia, alguns aplicativos e jogos podem desenvolver várias habilidades cognitivas, como resolução de problemas e raciocínio lógico. Os aplicativos de aprendizagem de idiomas e os livros digitais podem estimular o desenvolvimento da linguagem e compreensão da leitura e estimular a criatividade.

A tecnologia bem utilizada pode ser um forte aliado para promover as aprendizagens cognitivas, porém, deve ser sempre pensada cuidadosamente e de forma equilibrada para garantir o desenvolvimento saudável e amplo da criança.

Dicas para promover o desenvolvimento infantil

Algumas dicas para auxiliar nesta empreitada:

Criança precisa…

  • Brincar: coloque em sua organização diária espaços para estes momentos. (levar ao parque, visitar amigos, fazer passeios);
  • Imaginar: aguce a imaginação da criança, entre de “cabeça” na fantasia e se divirta;
  • Desafiar: facilite o desenvolvimento da independência, acredite no potencial da criança, deixe-a se expressar e buscar a resolução de seus problemas e conflitos;
  • Ser ouvida: escute-a verdadeiramente. Ela tem muito o que dizer;
  • Criar: deixe-a pouco tempo utilizando as tecnologias, por volta de meia hora por dia, somente. Mesmo que insista, ofereça materiais diversificados que vão aguçar o raciocínio, imaginação, criatividade. Evite deixá-la se alimentar manuseando o tablet;
  • Explorar outras sensações: é importante sentir os cheiros, sabores e cores dos alimentos;
  • Conviver: convide os amigos para brincar e passear juntos.

Infância é momento de brincar, de aprender, de se desenvolver e de criar memórias.

Sinto saudade da minha infância. E você, querido(a) leitor(a), sente saudade da sua?

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Rosemary Vercezi Sertório é apaixonada pela infância, é psicóloga e psicopedagoga. Trabalha na área educacional do Colégio Rio Branco com crianças de 02 anos até 8 anos, atenta às relações da primeira infância desenvolve projetos na escola com as famílias, professores e alunos. Reflexiva e sempre pronta para compreender as relações que as crianças estabelecem e aprimorar os estudos sobre a primeira infância.


Os textos de convidados não refletem, necessariamente, a opinião da Vida Simples

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