Inclusão Eficiente
Na metade do curso de direito, Guilherme Braga já sabia que terminaria a faculdade, mas não advogaria. ?Decidimos o que vamos fazer da vida cedo demais. Acabei me frustrando?, conta. Ele pensava que, através das leis e do conhecimento jurídico, poderia ajudar na criação de um mundo mais justo. Mas esbarrou na burocracia e nos […]
Na metade do curso de direito, Guilherme Braga já sabia que terminaria a faculdade, mas não advogaria. ?Decidimos o que vamos fazer da vida cedo demais. Acabei me frustrando?, conta. Ele pensava que, através das leis e do conhecimento jurídico, poderia ajudar na criação de um mundo mais justo. Mas esbarrou na burocracia e nos lentos processos da justiça. ?Meu sonho era ter um trabalho que me sustentasse, mas que também pudesse ajudar os outros.?, diz. No terceiro ano da faculdade, surgiu um torneio de empreendedorismo que Guilherme quis participar. Depois de escutar uma palestra sobre direito do trabalho e a inclusão de deficientes físicos no quadro de funcionários das empresas, o estudante enxergou um caminho para criar um projeto. A ideia ficou em terceiro lugar no tal campeonato da faculdade. ?Mas me senti vencedor de verdade. Foi o começo para o que virou minha profissão?, conta.
Um ano depois de se formar, em 2009, ele abriu a Egalité Recursos Humanos Especiais, uma empresa especializada no recrutamento e seleção de candidatos com deficiência, que iniciou suas operações no ano seguinte. Hoje, no Brasil, existem 5 milhões de pessoas nessas condições aptas a trabalhar. A lei exige que toda companhia com mais de 100 empregados tenha funcionários com deficiência na equipe. ?Essas pessoas têm menos oportunidade de estudo e de trabalho. Seja por preconceito ou pela dificuldade em se locomover, é uma questão que precisa mudar?, diz.
Quem paga pelo serviço da Egalité são os empregadores, e nunca o candidato. O site ainda oferece cursos gratuitos sobre como ir bem em uma entrevista ou como falar em público.
Cerca de mil pessoas já foram contratadas, mas Guilherme quer mais. ?Quantas vezes não reclamamos do trânsito, da chuva ou de qualquer coisa que nos atrapalha a trabalhar? O cego ou o cadeirante enfrentam um obstáculo a mais, mas se superam a cada dia?, reflete. A empresa de Guilherme o colocou entre os 10 finalistas do Prêmio Jovens Inspiradores de 2014, que revela jovens engajados. ?Fiquei muito feliz por ter sido finalista. Ter um trabalho que também faz você uma pessoa melhor é incrível. Sou muito mais tolerante com qualquer dificuldade?, acredita.
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