Se no passado o Tarô exercia o papel de importante companheiro no direcionamento das decisões a serem tomadas, hoje ele ganha um acréscimo. A busca pelo autoconhecimento e a importância das práticas de autocuidado no cotidiano elevaram o papel das cartas para algo mais íntimo. Para além das respostas “sim” ou “não”, ou “você viverá experiência X na sua vida”, o Tarô ganha uma importância maior, visualizando as experiências pessoais com maior amplitude.
Mas, calma, se você – leitor – não é tão próximo de práticas ligadas ao misticismo, te convido a dar uma chance a esta matéria. Esse, inclusive, é a mensagem que Jerico Mandybur decide passar a quem chega ao seu livro. “Para as pessoas céticas, é muito fácil repudiar algo que não se pode ver ou medir. Justo”, escreve a autora de Neo Tarô: Uma nova abordagem do autocuidado, da cura & do empoderamento (VR Editora)
“Mas desconsidere aquela parte do “você conhecerá um estranho misterioso e bonito” e você verá que o tarô oferece tanto às pessoas crentes quanto às descrentes a mesma coisa: terapia autodirigida e uma chance de desacelerar.” Deixemos de lado, então, as respostas simplistas que costumamos encontrar por aí. Que tal, agora, focar em como o autoconhecimento pode caminhar junto às cartas?
Faça boas perguntas
Não se sabe quando e onde o Tarô surgiu, mas temos uma certeza, ele foi feito para nos ajudar a encontrar respostas. Aquelas para perguntas difíceis e que dependem de muitos fatores. Mas alto lá, não adianta levar perguntas genéricas como: “próximo ano estarei em um novo emprego com salário maior?” ou “irei namorar a pessoa que estou conhecendo?”.
É preciso levar questões assertivas e que estejam conectadas com o seu eu interior. “Em vez de pedir uma resposta concreta ou a previsão de um futuro predeterminado, tente reformular a pergunta focando em sua própria autonomia – vivendo sua verdade, como o tarô encoraja“, explica Jerico Mandybur.
A taróloga e escritora explica que é interessante levar questionamentos como: “o que estou deixando de ver sobre X?”, “o que preciso saber sobre Y?” ou “quais energias são mais relevantes para Z?”. Assim, recebemos respostas menos objetivas, mas que nos ajudam a ter uma visão ampliada da questão.
“Ao considerar sua pergunta, pense em como você pode elevá-la ao lugar mais iluminado possível – um lugar muito mais profundo do que as perguntas superficiais.”
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Um espelho
Ao buscar práticas de conhecimento, é comum recorrer a terapias, conteúdos de saúde mental, períodos sabáticos. É uma imersão necessária que te coloca em diálogo consigo mesmo. Qualidades interessantes e defeitos que tentamentos esconder.
Para Mandybur, o Tarô é parte importante nesse processo, porque ajuda a identificar quem de fato você é e quais caminhos são importantes trilhar. “Assim como o autocuidado, grande parte do tarô tem a ver com colocar-se diante do espelho e identificar o que você precisa no exato instante. Nenhum julgamento, porém, apenas o desejo de melhorar e a disposição para começar”, explica a autora.
Fundadora do Neo Tarô, Jerico explica que a prática é muito mais que cartas de adivinhação. Embora esse seja um dos principais interesses de quem procura, ela explica que as mensagens ressoam internamente e estão conectadas com a energia e o ambiente ao redor. “Elas ecoam em nosso mundo interior – delineando as forças invisíveis da nossa imaginação ou ego, nossos desejos e, acima de tudo, nossa capacidade mágica de curar, criar e manifestar“, defende.
Compreendendo o Tarô
Se você ainda não conhece o Tarô, é preciso saber que ele é um conjunto de 78 cartas. A partir daí, 22 delas são chamadas de arcanos maiores e as outras 56 são compostas pelas cartas de um baralho normal. Cada lâmina vem ilustrada com um arquétipo diferente e a leitura se baseia, especialmente, pela aleatoriedade.
Os arcanos maiores costumam falar sobre o eu interior e a individualidade, enquanto os arcanos menores falam do eu exterior, da personalidade. Para Maria – A luz mística, taróloga mineira que produz conteúdos nas redes sociais, algumas questões importantes são necessárias para identificar momentos da vida que podem necessitar de um apoio a partir das cartas.
Primeiro, o desejo de saber sobre energia e espiritualidade. Ela orienta que o passo inicial é buscar consumir conteúdos que se relacionem ao tema e que agreguem novos conhecimentos. Ver números iguais em tudo, relações chegando ao fim e a necessidade de curar dores antigas são outros sinais importantes. “Relaxa: você vai sintonizar com as terapias que fazem mais sentido pra você! Eu, no início, fui da igreja evangélica à curandeira do bairro. Isso passa”, tranquiliza a taróloga.
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