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O que causa infertilidade? Veja respostas para as principais dúvidas
John Looy
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Os casos de infertilidade estão aumentando no mundo e, no Brasil, a situação não é diferente. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 15% da população mundial é afetada por esse problema de saúde global. A estimativa é que em torno de 8 milhões de brasileiros possam ser inférteis, de acordo com levantamento da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida.

Mas, o que leva um casal a não conseguir ter filhos? E o que significa uma pessoa ser infértil? Hoje a Vida Simples responde a essas e outras questões sobre a infertilidade, com a consultoria de especialistas.

O que significa dizer que uma pessoa é infértil e de que formas esse diagnóstico pode ser feito?

Infértil é uma nomenclatura utilizada para uma pessoa que esteja tentando engravidar, não utilizando nenhum método para evitar a gravidez, sem sucesso. Em geral, quando se trata de um casal heterossexual tentando gestar, a infertilidade é avaliada por um casal em que:

  • A mulher tem menos de 35 anos, tem ciclos menstruais regulares – ou seja, ela menstrua a cada 25, 35 ou 40 dias – e está sem conseguir engravidar há 1 ano.
  • A mulher tem entre 36 a 39 anos, e está há 6 meses tentando.
  • Aos 40 anos ou mais, a avaliação é imediata, pois a chance de infertilidade é maior.

Para o homem, também se considera que acima de 45 anos potencialmente também pode acarretar alguma dificuldade.

Quais são os principais fatores que podem contribuir para a infertilidade em homens e mulheres?

Existem fatores tanto femininos para infertilidade, quanto masculinos. Os fatores femininos podem ser alterações anatômicas do útero, problemas de ovulação, menopausa precoce, uso de medicamentos e até mesmo uso excessivo de cafeína, de álcool, de cigarros ou outras drogas.

Os fatores masculinos podem ser infecção de próstata, doenças neurológicas, diabetes, homens que já tiveram traumas testiculares, doenças sexualmente transmissíveis e também o uso de drogas.

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A infertilidade pode ser genética? Quais são os principais distúrbios genéticos que podem afetar a fertilidade?

Quando pensamos em causas genéticas, temos duas possibilidades:

A primeira são alterações do número ou da forma dos 46 cromossomos que fazem parte da nossa constituição habitual. Esta definição do número ou da forma dos cromossomos se dá no momento da fecundação e os erros decorrentes, chamados de aneuploidias, são basicamente dependentes do tempo de vida dos óvulos, que correspondem à idade da mulher. Por isso, a preocupação grande com a idade da mulher.

A segunda são alterações resultantes do conteúdo dos genes que estão dentro de cada cromossomo. Os genes contêm detalhadamente as instruções para o funcionamento de todo o organismo. Há situações em que falhas destas instruções não necessariamente impedem um nascimento, mas podem minar a qualidade ou a possibilidade de extensão da vida do bebê.

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Como hábitos de vida, tal qual dieta, exercícios e tabagismo, podem influenciar a fertilidade?

Sabemos que os casais que mantêm uma dieta saudável, consomem frutas, legumes e consomem menos ultraprocessados, conseguem engravidar com mais velocidade do que casais que possuem uma dieta inadequada.

É muito importante, para quem pensa em engravidar, estar com o peso adequado para a sua altura e, também, deixar de lado excesso de álcool, utilização de drogas e o tabagismo, já que isso pode atrapalhar a fertilidade normal.

Quando for planejar uma gestação, é preciso ter um planejamento e alguns cuidados pré-concepcionais, como marcar uma consulta com especialistas, iniciar a suplementação com vitaminas conforme a necessidade das pacientes, estar em dia com a carteirinha de vacinação e também cuidar da saúde emocional.

Existem pesquisas recentes ou avanços promissores no campo da medicina reprodutiva?

A área está em constante expansão de conhecimentos. Hoje, com os avanços, tem tratamentos bem eficazes, menos invasivos, mais acessíveis para a população. As pesquisas buscam sempre como individualizar cada vez mais as escolhas das medicações estimuladoras da ovulação e como melhorar os meios de cultivo utilizados nos laboratórios de reprodução.

Alguns dos avanços recentes na reprodução assistida consistem na avaliação do embrião antes de colocá-lo dentro do útero, e o congelamento de tecido ovariano para aquelas pacientes que precisam passar por quimio ou radioterapia e não tem tempo para congelar os óvulos.

Além da rede privada e particular, também é importante ressaltar que desde 2012 tem uma portaria (Portaria Nº 3.149, De 28 De Dezembro De 2012) que oferece tratamentos em alguns hospitais do Brasil pelo SUS.

Quais são os mitos mais comuns sobre infertilidade que precisam ser desmitificados?

Existem vários mitos relacionados a fertilidade e infertilidade. Muitas pessoas, por exemplo, acreditam que determinadas posições durante o sexo podem acarretar problemas na concepção.

Alguns também acreditam que esportes podem causar infertilidade. Geralmente não. Um caso, por exemplo, é se o homem teve algum acidente enquanto praticava algum esporte que provocou dano no testículo. Também é importante lembrar sempre que infertilidade é diferente de impotência sexual.

E a mulher é a maior responsável pela infertilidade? Apesar da crença, a resposta é não. As causas podem ser dos dois. Por isso, a avaliação é, desde o início, feita no casal.

Existem iniciativas ou programas que visam melhorar o acesso a tratamentos de infertilidade?

As pessoas podem buscar mais informações e apoio por meio de algumas entidades ou sociedades profissionais, como a Rede Latinoamericana de Reprodução Assistida (REDLARA), a Associação Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA) ou a entidade que congrega os Embriologistas (PRONUCLEO).

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Consultoria: Dra. Maria do Carmo Borges, diretora médica da FERTIPRAXIS Centro de Reprodução Humana, Dr. Dani Ejzenberg, especialista de Reprodução Humana no Hospital das clínicas da Faculdade de Medicina da USP e da Nilo Frantz Medicina Reprodutiva, e Dra. Mariana Manfrim De Freitas, Ginecologia e Obstetrícia.

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