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Disfunção erétil: tratar com Viagra ou tadalafila faz mal?
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Recentemente, o nome de um medicamento ficou entre os tópicos mais comentados das redes sociais. No Big Brother Brasil, MC Bin Laden confessou para os colegas da casa que usa tadalafila para ter mais energia nos treinos. Segundo a pesquisa “Perfil Dos Usuários De Tadalafila Na Região Central De Curitiba”, da Revista Multidisciplinar Em Saúde, 79% dos usuários desse remédio adquirem o medicamento sem receituário médico. Uma das razões é a sua suposta eficácia como suplemento para a prática esportiva, além de ajudar com problemas de disfunção erétil.

A onda de remédios para disfunção erétil começou na década de 1990. No ano de 1994, uma companhia farmacêutica buscava criar um remédio para tratar a angina, como é chamada um sintoma de dor no peito causada pela diminuição do fluxo de sangue na região. Por um acidente, descobriram que a nova droga também auxiliava a movimentação de sangue em outro lugar: no pênis. Assim surgiu o primeiro remédio para disfunção erétil do mundo.

A droga sildenafil – ou simplesmente Viagra, como é conhecida comercialmente – foi oficialmente aprovada pelos órgãos de controle em 1998, chegando no Brasil alguns anos depois. Atualmente, um levantamento do Medley Genéricos com o Instituto Gfk revelou que 66% dos entrevistados, de 22 a 65 anos, usam remédios para disfunção erétil em mais da metade das vezes que tem relações sexuais.

A mesma pesquisa revelou que pelo menos 1 a cada 3 homens, entre 22 e 40 anos, afirmam ter dificuldades em manter a ereção e, para não desapontar a parceira ou parceiro sexual, optam pelo uso dos comprimidos.

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Como funcionam os remédios para tratar disfunção erétil?

A ereção do pênis ocorre em resposta à liberação de um gás chamado óxido nítrico durante a estimulação sexual. É o que explica o professor Marcelo Bendhack, doutor em urologia pela UFPR. Esse gás ajuda no aumento dos níveis de GMPc, uma substância com efeito relaxante nos músculos presentes no tecido do pênis, permitindo o aumento do fluxo sanguíneo e, consequentemente, a ereção.

É para aumentar esse fluxo sanguíneo do membro que existem os remédios de disfunção erétil. “Vale ressaltar que esses medicamentos não causam uma ereção por si. A estimulação sexual é necessária para desencadear o processo”, explica o Dr.

Os remédios que inibem a enzima nomeada de PDE5, como é o caso do Viagra, bloqueiam a ação dessa substância, que funciona quebrando o GPMc, explicado acima. Dessa forma, a ação do óxido é prolongada, o que relaxa os músculos do pênis e aumenta o fluxo sanguíneo, facilitando uma ereção mais duradoura.

Sintomas e efeitos adversos a curto e longo prazo

Apesar do resultado rápido, os sintomas também podem ser imediatos. O Leonardo Ortigara, médico titular da Sociedade Brasileira de Urologia, nomeia quais são os principais efeitos colaterais dos remédios de disfunção erétil.

“A cefaleia, ou simplesmente dor de cabeça, ocorre em até 10% dos homens. Em 1 a 10% dos homens também são causados tontura, piora na qualidade visual (visão embaçada), sensação de calor, rubor, congestão nasal, visão azulada ou percepção de luzes, ou cores cintilantes, náuseas e má digestão”, exemplifica o médico.

Uma porcentagem menor dos usuários relatam também rinite, taquicardia, palpitação, hipotensão arterial, sangramento nasal e até sonolência. “Reações mais raras (inferior a 0,1% dos usuários) são: convulsão, edema ocular e priapismo (ereção dolorosa)”, complementa.

Principais motivos da disfunção erétil

A vida sexual está altamente ligada ao outros aspectos da vida da pessoa. Bendhack explica fatores sociais e psicológicos podem ser alguns dos causadores de problemas na função erétil.

“Preocupações com o desempenho durante a atividade sexual podem criar uma ansiedade que, por sua vez, pode contribuir para a disfunção erétil”, comenta o profissional. “O medo do fracasso pode se tornar um ciclo vicioso, levando os homens a buscar ajuda farmacológica para aliviar a pressão”.

Além disso, o estresse crônico também pode afetar negativamente a função sexual. Outros fatores são a depressão e outros distúrbios emocionais, como a baixa autoestima. “Alguns homens buscam medicamentos como uma solução rápida para lidar com os sintomas, sem abordar diretamente as questões subjacentes”, argumenta o professor.

Igualmente, problemas de relacionamento e até mesmo o envelhecimento são outros possíveis causadores da disfunção erétil.

Formas alternativas para tratar a disfunção erétil sem medicação

É importante destacar que, embora os medicamentos para disfunção erétil possam ser eficazes no tratamento dos sintomas, é crucial abordar as causas mais silenciosas. Veja a dica dos profissionais para uma vida sexual mais saudável:

As atividades físicas podem ser aliadas

A prática regular de atividades físicas (principalmente aeróbica) pode melhorar em muito a qualidade sexual do homem. A prática regular de exercício aeróbico, após 3 a 6 meses, pode corrigir em até 50% problemas de disfunção erétil.

Atente-se à falta de vitaminas

Correção nos níveis glicêmicos, síndrome metabólica, déficit de vitaminas e parâmetros hormonais são de extrema importância. Manter essas substâncias em níveis regulares é essencial, então, para garantir uma vida sexual saudável.

Terapia a vácuo

A terapia a vácuo, prática há muito tempo existente, serve como uma fisioterapia peniana, na tentativa de melhora a vascularização peniana. Então, quando realizada regularmente (uso diário), por 5 a 10 minutos, apresenta resposta muito satisfatória após algumas semanas. É importante a consulta a um especialista para conhecer o procedimento.

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