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Cuidados com a saúde no tempo seco
Hidratação é fundamental nessa época do ano (Foto: Karsten Winegeart/Unsplash)
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A enfermeira Raquel Souza, 45 anos, sentiu que o tempo seco adiantou-se para chegar em Campinas (SP), a cidade em que mora. Ela percebe que, em 2024, os dias de chuva foram escassos e a secura do ar intensa, em relação aos anos anteriores. Entre maio e agosto deste ano, a cidade paulista registrou 105 dias com umidade do ar abaixo de 60%, nível considerado abaixo do ideal pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Como enfermeira em emergência, ela tem consciência sobre como o tempo seco afeta as pessoas. “Elas começaram a ter mais crises de asma, bronquite e também muita fadiga”, relata. A própria Raquel sentiu as consequências. “Eu tive mais crises de sinusite esse ano do que nos anos passados, pelo menos três causadas pelo tempo seco. Também senti a garganta arranhando e os olhos muito secos, principalmente quando estou exposta ao ar livre, no trânsito ou indo para o trabalho. Sinto essas irritações por conta da secura”.

Em Brasília, o estudante de Relações Internacionais, Natã Américo Barbosa, 20 anos, também relata os efeitos da estação seca. “Algumas partes do nosso corpo começam a ficar ressecadas, a ponta dos dedos, as palmas das minhas mãos também. Esse ano, enquanto estava estudando meu nariz começou a sangrar [por causa do ressecamento].”

Hidratação é fundamental durante o tempo seco

Cuidados com a saúde durante o tempo seco No domingo, 25 de agosto, a cidade de Brasília (DF) amanheceu encoberta por fumaça causada por incêndios florestais dos últimos dias, agravando o estado de baixa umidade do ar, típico para essa época do ano (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

“Os principais prejuízos para o corpo quando a umidade do ar está muito baixa são, principalmente, respiratórios. As mucosas respiratórias ficam ressecadas e predispostas a desenvolver alergias, infecções respiratórias, sangramentos nasais, entre outros problemas”, explica o pneumologista do Hospital São Francisco de Mogi Guaçu, Lucas Fileti.

Para amenizar os efeitos, Natã conta que toma alguns cuidados como beber mais água, usar hidratante e e andar com sombrinha para evitar exposição ao sol. Raquel também compartilha de cuidados com a hidratação, além de umedecer o ambiente.

Hidratar-se é uma das mais importantes recomendações durante o tempo seco. “É preciso criar o hábito de beber água sempre e não somente quando tiver sede. Isso também ajuda na hidratação das mucosas, nariz, garganta e toda a mucosa respiratória, além dos olhos”, aconselha o especialista.

Ele explica ainda que existem outros métodos para a hidratação ativa local. É o caso do uso de soro fisiológico nasal em forma líquida ou em gel. Além disso, o colírio lubrificante ajuda a melhorar a hidratação da mucosa ocular.

“O aparelho umidificador, especialmente durante a noite, que é um período prolongado em que ficamos sem ingerir água, ajuda bastante na hidratação das mucosas respiratórias”, acrescenta o pneumologista.

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Idosos são grupo mais vulnerável

Idosos são o grupo de pessoas com maior risco para a desidratação, portanto, precisam de uma maior atenção no período de tempo seco. Além disso, pessoas com problemas respiratórios como rinite, rinossinusite crônica, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma e enfisema causados pelo tabagismo, são outros grupos muito afetados.

“Hidratação por via oral, das mucosas com spray nasal em forma líquida ou gel são cuidados fundamentais. Além de manter o tratamento correto da doença de base, então o paciente que trata de rinite, asma, DPOC deve assegurar que o tratamento esteja ocorrendo da maneira correta e regular”, aconselha o especialista.

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