Já ganhou um chocolate e ficou com aquele quentinho no coração? O doce impacta o órgão em vários níveis, desde as emoções até a saúde física do sistema cardiovascular.
Então, pode deixar de lado a culpa e na próxima vez que for saborear um chocolatinho, saiba que ele também ajuda você a ter mais saúde. Claro, sem deixar de ter moderação.
O chocolate, em especial os escuros, são ricos em flavonóides, substâncias com propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e vasodilatadoras, que auxiliam na saúde dos vasos sanguíneos.
Matheus Fileti Arruda, cardiologista do Hospital São Francisco, de Mogi Guaçu (SP), explica que essas características são benéficas porque aumentam a elasticidade das artérias e reduzem a pressão arterial.
Além disso, “essas substâncias ajudam a melhorar os níveis de colesterol, aumentando o HDL (colesterol considerado “bom”) e, potencialmente, reduzindo o LDL (colesterol “ruim”)”, destaca o cardiologista.
Atenção para a dosagem do chocolate
Mesmo fazendo bem, é preciso se atentar para o consumo de doce em altas quantidades. O consumo excessivo deve ser evitado uma vez que pode aumentar o risco de diabetes. Afinal, apesar de o Brasil ser um dos maiores exportadores de cacau de qualidade, grande parte dos chocolates industrializados brasileiros são ricos em açúcar e gordura saturada.
Para que traga benefícios para a saúde física, o consumo deve seguir alguns fatores. O primeiro deles é a moderação. É importante considerar a preferência por chocolates com mais concentração de cacau (a partir de 70%). O cardiologista recomenda comer pequenas quantidades de chocolate escuro, entre 30 a 60 gramas, algumas vezes na semana.
O especialista chama atenção também para a presença de substâncias estimulantes no doce. Elas podem provocar o desenvolvimento ou aumento da gravidade de casos de insônia e arritmias.
“O chocolate contém cafeína e teobromina, dois estimulantes que podem aumentar, temporariamente, a frequência cardíaca. No entanto, esse efeito é geralmente leve e mais comum em pessoas sensíveis a essas substâncias. Para a maioria, o consumo moderado de chocolate não deve causar um aumento significativo nos batimentos cardíacos”, explica Matheus.
Além disso, é bom lembrar que o chocolate, isolado, não proporciona a mesma saúde que uma alimentação saudável e a prática de atividades físicas promovem. “É importante que o consumo faça parte de um contexto de dieta equilibrada e estilo de vida saudável”, aconselha o médico.
Branco, ao leite, meio amargo: qual o melhor?
Quanto mais amargo, melhor, é o que aponta o especialista. Isso porque quanto mais amargo, maior o percentual de massa de cacau e menos açúcares e gorduras, encontradas especialmente nos chocolates industrializados no Brasil.
Dessa forma, o chocolate amargo é preferível diante do ao leite, embora os dois tenham benefícios do ponto de vista cardiovascular. O ponto de maior atenção está no chocolate branco.
“Ele é composto de substâncias diferentes dos tipos escuros. Não contém massa de cacau, apenas manteiga de cacau. Além de ser rico em açúcares e gordura, como o chocolate ao leite. Por isso, eles não oferecem os mesmos benefícios cardiovasculares associados aos flavonoides presentes nos chocolates escuros, e devem ser consumidos com mais parcimônia”, explica o cardiologista.
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