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Hoje eu procurei silêncio
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Entendi que barulho só se faz barulho quando assim eu entendo ser

Sala apertada: sete, oito, nove mulheres, a depender do horário. Muito caso pra contar, muito palpite pra dar. Há dias que eu também quero palpitar, quero fazer o caso render e o riso virar a esquina…

Mas tem dias, como hoje, que todo barulho parece demais, que todo grito é ruído e que toda expressão corporal maximizada é intensa demais para mim.

Em dias que me sinto assim busco um fone, coloco minha playlist mais calma e tento me embalar em alguma digitação de planilha, casos ou dados (afinal de contas, ainda estou em ambiente de trabalho).

Hoje não deu, hoje doeu – literalmente.

Coloquei o volume no máximo e ainda assim não conseguia ouvir bem o som que saia dos fones, só o barulho lá fora.

Me levantei, suspirei e busquei silêncio, encontrei.

Embaixo de uma árvore frondosa, onde o sol se escondia atrás das folhas, um ou mais pombos passeavam, eu me aquietei.

Reduzi o volume, folguei o fone e respirei.

Ouvi o som, a canção e a voz dentro de mim, então escrevi.

Quando parei, um pombo voou rasante e o bater das suas asas fez barulho… não me incomodei, na verdade contemplei.

Entendi então que barulho só se faz barulho quando assim eu entendo ser.

Hoje o falar alto e gargalhadas intensas foi barulho pra mim. Mas, quem sabe, meu falar alto e meu gargalhar já foi barulho pra alguém na minha sala, na sala ao lado ou até dentro de mim.

Aqui já caberia uma reflexão sobre limites, respeito do espaço do outro e máscaras para nós mesmos, mas essa, bom, eu deixo pra uma próxima se assim houver.

criancas


Esse texto foi enviado por uma leitora de Vida Simples

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