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Qual a importância do abraço?
Dos toques físicos, o abraço é universalmente aceito como toque de acalanto (Foto: Anastasiia Krutota/Unsplash)
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Em momentos de tristeza, ele nos acalma e conforta. Nos dias mais felizes, vem como uma forma de celebração. E, quando nos sentimos sozinhos, é ele que nos mostra que não estamos. O abraço é um gesto universal.

Abraçamos porque faz bem. Seja um abraço de mãe, quando precisamos daquele colo, ou um abraço animado, entre amizades que não se veem há muito tempo, existe algo que nos puxa para esse ato, e nos faz sentir vontade de envolver os braços em alguém e também se deixar ser envolvido.

Afinal, um abraço bem dado mexe com as emoções, chacoalha a química do cérebro e abre espaço para que o corpo sinta os seus efeitos.

O abraço muda a química do cérebro

O ato de abraçar provoca diversas reações em nosso organismo. Isso porque o toque físico ativa o sistema nervoso parassimpático, responsável por estimular em nosso organismo sentimentos de calma e repouso.

“Então isso vai aumentar o grau de relaxamento, ativando automaticamente a diminuição do estresse, a diminuição da produção de cortisol, e a liberação da ocitocina, que é o hormônio do amor. E o amor diz tudo por si só. Ele é um antidepressivo, permite o aumento de bem-estar”, explica Jô Furlan, médico, nutrólogo e neurocientista.

Dessa forma, o abraço ativa uma cascata de eventos no cérebro. Além da liberação de hormônios, ele reduz a atividade da amígdala, a área cerebral associada ao medo e à ansiedade, como explica Pedro Leopoldo, médico psiquiatra do Hospital Anchieta (DF).

“Simultaneamente, ele aumenta a atividade em áreas associadas ao prazer e ao relaxamento. É uma resposta integrada e complexa que promove uma sensação de segurança, calma e conexão, contrastando com os efeitos fisiológicos do estresse”, pontua o especialista.

Com isso, o abraço é uma forma de explicar para o cérebro que estamos seguros, conectados e até amados.

Benefícios do abraço

Essa série de processos químicos que ocorrem em nosso cérebro quando abraçamos causa diversos benefícios para o nosso corpo e mente. Para Luana Fonseca, terapeuta, especialista em Psicologia Positiva e colunista da Vida Simples, o abraço é um verdadeiro aliado da nossa saúde mental e emocional e uma poderosa ferramenta de conexão emocional.

“Quando nos abraçamos, a oxitocina nos ajuda a nos conectarmos uns aos outros e, ainda, reduz a dor emocional. Além disso, o toque físico traz um alívio que tanto precisamos no dia a dia”, frisa Luana.

Esse efeito, segundo a terapeuta, não apenas contribui para um estado emocional mais positivo, como também pode aprimorar a nossa resiliência frente aos desafios cotidianos.

O abraço também é uma forma de fortalecer vínculos entre amigos e familiares. Quando nos abraçamos, estamos expressando algo profundo, como segurança, afeto e um sentimento de pertencimento.

“É um gesto que comunica o que muitas vezes as palavras não conseguem. Estudos têm mostrado que a empatia e a confiança se intensificam através do toque, criando laços que nos sustentam, especialmente em tempos difíceis”, diz a terapeuta.

É por conta disso que, nos momentos de perda ou dificuldade, o abraço é, primeiramente, um dos gestos de conforto entre as pessoas.

Segundo Luana, “o abraço permite a expressão de emoções que, muitas vezes, são difíceis de verbalizar. Ele fala por nós quando as palavras faltam, oferecendo apoio, empatia, cuidado e compreensão. Esse toque transmite uma mensagem poderosa”.

Leia os textos de Luana Fonseca na Vida Simples

Abraçar é bom, quando consentido

Apesar dos diversos benefícios, vale ressaltar que abraçar é bom, mas somente quando é da vontade de todos os envolvidos no abraço.

“É fundamental reconhecer que nem todas as pessoas se sentem confortáveis com o abraço, e ignorar essa realidade pode acarretar consequências negativas”, pontua Pedro.

Para o psiquiatra, existem diversos motivos pelos quais alguém pode se sentir mal ao ser abraçado. Alguns exemplos incluem pessoas com transtornos do espectro Autista (TEA), ou de ansiedade, além de pessoas com históricos de traumas ou abusos.

“Além disso, em algumas culturas, o abraço é menos frequente e menos esperado do que em outras. A cultura e o relacionamento entre as pessoas também são fatores relevantes”, frisa o médico.

Por conta disso, é bom ter certeza de que a pessoa confia em nós, e quer receber o abraço. Uma vez liberado, é só aproveitar dos diversos benefícios. Afinal, seja em momentos de alegria ou de tristeza, não há como negar: abraçar é gostoso, e faz muito bem.

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