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Pensamentos mais amplos
Diego P. | Unsplash
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O tempo de conduzir a gestão pessoal, familiar ou organizacional meramente por meio de considerações financeiras passou. O crescimento acelerado não está mais em voga. Há a clareza de que os recursos necessários para manter o fluxo do dinheiro, sejam eles de que tipo forem, requerem, atualmente, muito mais esforços para serem disponibilizados do que no início do ciclo da expansão da economia, 70 anos atrás. Assim, exceto em situações muito localizadas, a perspectiva de um desenvolvimento acelerado da economia deixou de ser algo verdadeiro.

Sob a ótica econômica lúcida, o desafio agora seria preservar o atual emprego, oferecer mais oportunidades de trabalho para os jovens, aqueles que estão entrando no mercado de trabalho e, assim, garantir uma visão de futuro para eles. É o tempo do aprimoramento da educação e do aumento real da qualidade de vida.
Um número crescente de pessoas busca ficar a salvo da contaminação, tanto dos alimentos quanto da água, do ar, do solo, dos aerossóis, dos desinfetantes, dos remédios, dos aditivos químicos. Há os que se tornam sensíveis à crueldade com os animais. E existem os que passam a ser mais conscientes da inteligência manipuladora do pensamento financeiro e reconhecem o perigo da sua ação.

A visão das pessoas migra para a busca de mais saúde e satisfação, para um trabalho conectado a suas visões de mundo, e para relações humanas mais solidárias e horizontais, para o acolhimento das diferenças e das opções de cada um com respeito a suas vidas e àquilo em que acreditam.
As mudanças do clima surgem em regiões localizadas, mas refletem diretamente na vida de cada um de nós. Quando as condições das comunidades se tornam insalubres ou ameaçadoras, aparece então a migração das populações. As instituições regionais é que enfrentam isso. É por isso que as cidades, como grandes organizações humanas, precisam ir muito além das limitações dos tradicionais referenciais econômicos.

A inteligência coletiva é que oferecerá as condições para proteger, ampliar e preservar a qualidade de vida em tempos de desafios crescentes. E a educação é crucial e essencial para o estabelecimento disso. A visão espiritual elevada e compassiva, o autoconhecimento e o exemplo dos próprios educadores é a base do processo de formação voltado para uma sociedade mais consciente, justa, sustentável e equilibrada. A inteligência coletiva acordou e está nas ruas! Perceba, veja e pense sobre isso em sua vida.

PADMA SAMTEN é lama budista. Fundou e dirige o Centro de Estudos Budistas Bodisatva, em Viamão, RS.

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