Ano Novo e Natal na pandemia: como aproveitar
Enquanto a vacina não chega, precisamos ser responsáveis e continuar nos cuidando. E aguentar mais um pouco dentro de casa é necessário. Mas é possível vivenciar às festas de final de ano com qualidade
Enquanto a vacina não chega, precisamos ser responsáveis e continuar nos cuidando. E aguentar mais um pouco dentro de casa é necessário. Mas é possível vivenciar o Natal e Ano novo com qualidade na pandemia.
Confesso que há alguns meses, quando começou a conversa sobre quarentena no Brasil, inocentemente eu achei que duraria cerca duas semanas. Voltaríamos então a nossa vida. Mas esse tempo foi prorrogado. E prorrogado de novo… A cada nova notícia sobre a covid-19, meus sentimentos oscilavam. Parecia que eu estava em um carrinho de montanha-russa em funcionamento: hora lá em cima e pouco tempo depois lá embaixo.
A minha história é comum a da maior parte das pessoas que conheço. Não tem sido fácil. Mas depois de tantos meses, estamos mais próximos à vacina. Até que ela chegue – e isso ainda demora alguns meses – não dá para fingir que nada está acontecendo, já que os números de infectados e mortos pelo novo coronavírus ainda estão crescendo. Eu pelo menos não consigo.
Por aqui, o Natal e Ano Novo serão quietos, sem a tradicional agitação com minha família e amigos. Aceitar isso dói, porque eu estou cansado – assim como outros milhões de brasileiros. Mas é possível ter um final de ano feliz, mesmo dentro de casa e com pouco contato humano físico, como explicam os psiquiatras Eduardo Perin e Luiz Scocca.
Aceite a frustração
Não dá para brigar com o sentimento de decepção, afinal, ele é real. É esperado a tristeza ou a sensação de saco cheio, principalmente pela data, que normalmente é época de confraternização, exista. Não se culpe por isso.
Muita gente não conseguiu ter vida social em 2020 e continuará assim, pelo menos da maneira tradicional, já que ainda pouco se sabe sobre o coronavírus e a vacina ainda não é uma realidade massiva.
Dá para driblar o baixo-astral
Aguentamos até aqui, é possível ter um pouco mais de resiliência. Se você não estiver a fim de curtir o feriado, está tudo bem. Você pode dormir mais cedo e viver como se fosse uma data regular. Não se apegue a pressão imposta socialmente ao dia.
Mas você também pode aproveitar para ressignificar o momento: adicione músicas à sua playlist, leia algo que te dê prazer, acione os amigos e familiares via videochamada… Torne a data sua neste ano tão atípico, respeitando seu tempo e sua energia.
Como renovar a fé?
Embora não saibamos com certeza quando a vacina começará a ser distribuída massivamente, a ideia é de que esse lançamento está se aproximando – e que promete ser ao menos parcialmente efetiva contra o vírus. Governos já se mobilizam mundo afora e grupos prioritários já estão recebendo suas doses. E isso, por si só, já é motivo de celebração.
Nesta época do ano, os sentimentos ficam aflorados: alegria, tristeza, saudade, amor… Mas em especial a esperança de que, com a chegada de um novo ano, tudo se renovará. E focar nessa egrégora é algo positivo.
A fé, que pode estar relacionada a uma religião ou não, é um dos superpoderes do ser humano. Com a fé você transforma a dor numa situação de normalidade. E esse período nos permite ficar recarregados deste sentimento. É hora de mentalizar o que você quer e perceber que caminhamos muito e que logo as coisas se transformarão.
Consultoria: Eduardo Perin, psiquiatra pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Especialista em Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) pelo Ambulatório de Ansiedade do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP) e Luiz Scocca psiquiatra pelo Hospital das Clínicas da USP, membro da Associação Americana de Psiquiatria (APA).
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