A rotina extenuante de trabalho e demandas domésticas contribuem para períodos curtos de contemplação e relaxamento. Por isso é tão importante frequentar parques, praças ou espaços que estimulam o lazer. Mas a casa, um lugar essencial para diversas funções, também pode se tornar o ambiente ideal para relaxar e descansar o cérebro, direcionando energias para que o corpo possa processar todos os estímulos do dia. Para isso ocorrer de fato, há um grande esforço de pesquisadores e profissionais de uma área, tempos atrás pouco conhecida, chamada de neuroarquitetura.
O que é a neuroarquitetura e como ela pode nos beneficiar?
A neuroarquitetura é um campo do conhecimento multidisciplinar que une os conhecimentos da arquitetura, neurociência e psicologia. A junção dessas três áreas tenta compreender quais são os impactos que os ambientes construídos provocam no cérebro e no comportamento humano. “Isso leva em consideração o indivíduo, especialmente as reações do corpo e as respostas que ele vai ter a cada estímulo”, explica Barbara Schumacher, arquiteta responsável pelo projeto Prado Bairro-Cidade, em Gravataí (RS).
Tornar a casa um ambiente de maior conforto, comodidade e que possa imprimir a identidade do morador contribui para a saúde mental, de acordo com a especialista. Por isso, segundo Barbara Schumacher, atores bioclimáticos, acústicos e ligados à iluminação auxiliam na sensação de bem-estar e elevam o desejo de permanência no local.
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Sete estratégias da neuroarquitetura para melhorar o bem-estar
Projetos com foco na neuroarquitetura são cada vez mais comuns e, embora não sejam a maioria, estão mais presentes no Brasil. Por outro lado, há coisas muitos simples e importantes que podem trazer um diferencial ao conforto do morador. Para Rafaela Costa, arquiteta e urbanista, o objetivo é tornar a casa um espaço de refúgio, que promova aconchego e bem-estar.
O primeiro passo, para a especialista, é analisar bem os ambientes da casa. Depois de conhecer bem o seu lar e fazer uma análise das alterações que podem ser feitas, é possível e aproveitar algumas dessas dicas para tornar o espaço mais confortável:
- Introduza o design biofílico no ambiente. Esse nome pode até parecer difícil, mas nada mais é do que aproximar elementos da natureza ao espaço da casa. Segundo Rafaela Costa, cores, objetos e até mesmo plantas contribuem para uma sensação maior de bem-estar;
- Cuidado com as cores utilizadas. Você pode respeitar seus gostos pessoais, afinal, nada melhor do que se sentir bem com um espaço que é a sua cara. No entanto, é importante priorizar cômodos com cores verde e azul, presentes na natureza. Essas cores são mais indicadas quando a ideia é tornar um lugar mais relaxante. Por isso, nada de pintar uma parede inteira de vermelho.
- Aposte em formas mais arredondadas e orgânicas. Diferentes dos ângulos retos, as formas irregulares promovem interação social e são percebidas com mais conforto pelo olhar humano.
- Procure um ambiente mais risco em informações. Embora o design minimalista seja uma tendência em diversos ambientes, nem sempre é a melhor opção. “Ambientes minimalistas não promovem saúde e bem-estar na maioria dos casos”, defende Rafaela Costa.
- Use texturas e materiais naturais quando possível. Você pode optar por pedras e tecidos naturais em vez de sintéticos, além de incorporar bastante madeira, pois ela tem o poder de transformar qualquer ambiente. Escolha também tons terrosos.
- Use os espaços e móveis a seu favor: Manter a casa organizada e otimizar os espaços também e algo fundamental para um ambiente funcional. Rafaela Costa explica que o ideal é ter sempre um lugar específico para armazenar utensílios e objetos.
- Invista em uma iluminação mais quente e indireta: Além disso, a especialista explica que a iluminação é uma ótima companheira para promover o bem-estar. “Em dormitórios, banheiros e espaços para relaxar, é sempre interessante termos uma iluminação mais quente e indireta para estimular o relaxamento”, orienta.
Dica extra: remova a luz branca dos ambientes
Embora a luz natural seja a melhor opção, em ambientes com mais de uma função é possível pensar em tipos diferentes de iluminação. Para Bárbara Schumacher, isso tem um impacto em todo o comportamento fisiológico do corpo.
“A iluminação é um ponto de extrema importância, pois estamos a todo tempo expostos a luzes, o que pode prejudicar o funcionamento correto do nosso relógio biológico e as funções endócrinas do nosso organismo”, destaca.
Ela vai além e sugere que, para ambientes com maior relaxamento, é fundamental remover qualquer tipo de luz branca. “Ela é mais prejudicial e estimulante para o nosso cérebro”, acrescenta.
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