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Um convite à criatividade
Annie Spratt | Unsplash
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Na última coluna convidei você, querido leitor, a incluir no seu dia uma ação que fosse ARTE, ao seu próprio olhar! Algo simples, como tomar um chá ou cantar no chuveiro, que lhe permitisse um momento de auto generosidade.

Através das redes sociais acompanhei algumas respostas e surpresa fiquei ao perceber uma atenta busca de conexão de nós mesmos com nossas ações. Em contrapartida, percebi uma forte crença de que a inclusão de momentos de arte na vida é privilégio dos criativos.

Criatividade é sinônimo de INVENTIVIDADE, traduzida como “inteligência ou talento, natos ou adquiridos, para criar, inventar, inovar, quer no campo artístico, quer no campo científico, que no campo esportivo, etc”.

Há quem acredite que a criatividade é um dom, logo, privilégio de alguns, um presente do Universo à pequena fatia da população do planeta. A verdade é que qualquer pessoa pode ser criativa.

De que adianta ter um talento nato se você não desenvolver essa capacidade? Criatividade é um processo de ações, olhares, exercícios, desenhos mentais; é como ir à academia treinar semanalmente – os resultados serão visíveis com o decorrer do tempo.

Peço licença para, neste exato instante, sentar ao seu lado, e, com uma caneca de café (o meu é sem açúcar, por favor!), refletirmos a respeito.

Que tal pensarmos na criatividade como um verbo, e não como substantivo? Que tal tentarmos ações e atitudes criativas na nossa vida, num sentido mais amplo que “apenas” a arte?

“Criativa-se” quem senta no banco da praça para observar o vai e vem da cidade, os diferentes ritmos;  quem vai ao museu sem entender 50% do que está enxergando, mas sente a pele arrepiar; quem busca técnicas ancestrais e as moderniza, encaixando-as ao seu atual estilo de vida.

“Criativa-se” quem desenvolve habilidades, olhando as mesmas ideias de diversas maneiras, combinando algumas delas de forma não convencional e surpreendente.

“Criativa-se” quem descobre formas diferentes algo que já fez mil vezes da mesmíssima forma, quem pula fora, com ambos os pés,  da famosa “zona de conforto”.

Mas antes que nosso café acabe, eu, mais uma vez, convido você fazer algo diferente; se inscreva num curso onde os demais participantes nada têm a ver com você, leia um livro num tema totalmente fora do seu hábito, se matricule numa academia de Muay thai, mesmo que o melhor momento do seu dia seja a prática do Yôga; procure uma receita de bolo dos seus avós e vá pra cozinha ao encontro daquele aroma e sabor que sua lembrança sente saudade.

Experimente, exercite, busque alternativas, faça qualquer coisa, só não fique sentado no sofá reclamando que estamos em crise e nada acontece na sua vida. Criativo é aquele que, só de pensar em diferentes maneiras de fazer a mesma coisa, se afasta da chatice do tédio. Beijos meus!

Lu Gastal trocou o mundo das formalidades pelo das manualidades. Advogada por formação, artesã por convicção. É autora do livro “Relicário de afetos” e participa de palestras por todos os cantos. Desde que escolheu tecer seus sonhos e compartilhar suas ideias criativas, não parou mais de colorir o mundo ao seu redor. Seu instagram é @lugastal.

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