Abra a janela: olhe um mundo mais bonito
O mundo não é somente aquilo a que assistimos todas as noites nos telejornais, tão pouco se restringe às notícias que estampam as primeiras páginas dos jornais ou as que circulam nas redes. Tem muita gente encontrando sentido e novas formas de se achar na vida.
Mês passado, completei 150 entrevistas no meu podcast, o 45 Do primeiro tempo, que fala muito sobre autoconhecimento e espiritualidade. São três anos conversando com pessoas das mais diversas áreas: médicos, cientistas, filósofos, espiritualistas, religiosos, músicos, esportistas, astrólogos, empreendedores, escritores.. a lista é longa.
Impossível sair “ileso” desse caldeirão sonoro com mais de 150 horas de papos profundos sobre a existência humana e suas complexidades.
Na coluna de hoje em Vida Simples, quero compartilhar com vocês algumas reflexões e olhares sobre tudo o que tenho ouvido, trocado e também experienciado nesta minha jornada de busca por mais sentido na vida, desde que resolvi olhar para ela por outros ângulos.
Topam viajar comigo numa outra “frequência”?
Novos olhares
Existe um mundo mais bonito nascendo, uma espécie de uma nova consciência emergindo. Tudo isso é meio silencioso, mas querem saber de uma coisa? Tem muita gente indo pra lá.
“Ah, Patrick, você só pode estar brincando! Como assim ‘mundo mais bonito nascendo?’. Acabamos de passar por uma pandemia que matou seis milhões de pessoas no mundo, tem a guerra entre Rússia e Ucrânia, crise econômica e política instalada… Em que mundo você habita?”
Sim, tudo isso é verdade, não nego nada. Mas o ponto que quero trazer para uma reflexão é:
Será que isso tudo é o mundo? Será que não existem mais coisas acontecendo agora além de tragédias?
Como me lembrou um empreendedor social em uma das conversas que tive no ano passado, “o mundo não é somente aquilo a que assistimos todas as noites nos telejornais, tão pouco se restringe às notícias que estampam as primeiras páginas dos jornais”.
Concordo com ele e aqui gostaria de lembrar que há muitas outras coisas boas acontecendo também, novos olhares surgindo, pessoas despertando para outras maneiras de viver, compartilhar e produzir. Tem gente nascendo com uma consciência mais coletiva, entendo que o sentido da nossa jornada está muito mais em “Ser” do que “Ter”.
“Ah, mas não é isso que vejo, Patrick!”
Trabalhei por mais de duas décadas em redações jornalísticas e em cargos de gerência. Sei que o que dá audiência são as tragédias, as notícias de escândalos e um tipo de entretenimento mais raso. Salvo raras exceções, a narrativa é sempre a mesma.
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Penso que o jornalismo precisa subir uma oitava na escala de evolução, mas isso é papo para uma outra coluna. A conversa hoje é sobre suavizar o dial.
Que tal desligar a TV, sair do celular e abrir a janela para observar um mundo de novas possibilidades?
Fique tranquilo, você não está virando as costas para o que acontece no mundo. Você só está transformando o seu mundo interno para viver num mundo externo melhor.
Querem uma dica?
Pare de esperar um salvador da pátria
Um ponto em comum entre muitas pessoas com quem tenho conversado no podcast nesses últimos anos e que, de alguma forma, estão conseguindo dar novos significados às suas vidas, é o de sair da posição de vítima para a de protagonista.
São pessoas que resolveram não esperar que o governo mude, que o chefe reconheça o seu talento, que a economia deslanche para materializar seus sonhos, que os filhos cresçam para que possam viver mais tranquilos.
Isso não quer dizer que essas pessoas não estejam enfrentando inúmeros desafios, mas eles já se deram conta de que é no gramado e não na arquibancada que o jogo acontece.
Aliás, sabe a melhor forma de atuar neste jogo da vida?
Sendo Verdadeiro
Se tem uma coisa que hoje posso falar com absoluta segurança depois que comecei a trilhar essa jornada profunda de autoconhecimento com meus convidados é a de que nada mudará nos gramados da nossa vida se não formos ao encontro de quem nós somos de fato, se não acharmos aquele fio que nos conecta com o real sentido da vida.
Existe uma verdade intrínseca dentro de cada um de nós. O problema é que vamos nos afastando dela à medida que passamos a achar que é mais importante ser o dono da bola do que se entregar ao real jogo da existência humana.
Como me lembrou um importante líder espiritualista, “nada pode dar errado na vida se formos verdadeiros conosco”.
Por isso, não tenha medo de ser honesto.
Sempre gosto de lembrar do filme Forrest Gump, ganhador do Oscar em 1994. Forrest, interpretado por Tom Hanks, sempre deixava escapar tudo o que estava em sua mente, e isso acabava atingindo a todos ao seu redor, além de ajudar os outros a perceberem algo enorme sobre si mesmos.
E sabe a melhor forma de atingir a si mesmo e, consequentemente, a verdade?
Resgatando a criança
Em uma conversa que tive com um palhaço, ele citou uma frase do escritor Rubem Alves que fez muito sentido pra mim, porque nos faz olhar para um período da vida onde habita a pureza: “A criança não é meio para se chegar ao adulto. Criança é fim, o lugar onde todo adulto deve chegar”.
Uau, é isso!
O problema hoje é que, quando chegamos à idade adulta, deixamos essa criança se perder pelo caminho e, ao tentar resgatá-la, a infantilizamos em nós mesmos, confundindo pureza com imaturidade
Que tal olhar mais para a sua criança interior?
*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.
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