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Veja como escolher uma boa escola para os filhos (e confiar nessa decisão)
Mahbod Akhzami
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Neste vasto mundo da educação, a busca pela resposta sobre “como escolher uma boa escola” se torna uma jornada repleta de incertezas e influências externas. As redes sociais criam uma tempestade de opiniões, desafiando a confiança nas decisões para a educação dos filhos. Ao compartilhar minha experiência em nove escolas no Brasil e revelar as peculiaridades do sistema suíço, procuro destacar a importância de refletir sobre o que realmente importa na escolha educacional para nossos filhos.

Com isso, espero ajudar você a nutrir a confiança em suas decisões para melhor lidar com a chuva de opiniões na educação dos filhos. No final da coluna, você vai encontrar três indicações bem especiais.

Lidando com o excesso de palpites e opiniões

Se você frequenta redes sociais, é bem provável que já tenha sido de alguma maneira impactada pelas postagens, entrevistas e matérias como:

  • “Qual a melhor forma de educar uma criança”,
  • “Como escolher uma escola de qualidade”,
  • “O que fazer quando a criança faz birra” ou
  • “Como fazer o adolescente colaborar” …

De um lado, uma chuva de críticas na maneira como decidimos educar nossas crianças. De outro, argumentos que nos mostram e nos alertam o quanto é possível fazermos diferente.

Enquanto muitos ficam discutindo para impor sua visão e se posicionar, existem famílias confundindo o destino com a jornada.

O medo do julgamento e os sentimentos de indecisão

É difícil, não é? Bancar nossas atitudes e decisões que muitas vezes vão na contramão do que dizem ou do que recebemos dá um trabalho danado.

  • Você dá colo quando seu bebê chora, apesar do mundo dizer que você deveria distraí-lo.
  • Você sempre escolhe a conexão em vez da coerção, mesmo quando a criança chora “sem motivo” no meio do supermercado.
  • Você investe em ser um guia para seus filhos ao invés de se tornar uma ditadora, mesmo ouvindo que a criança está te manipulando.

É difícil encontrar confiança quando não encontramos eco nem ao menos com as pessoas que convivemos, sentimos que somos as únicas a criar os filhos desta forma. Lutamos contra a falta de limites saudáveis, com o medo do julgamento e com sentimento de culpa e indecisão, quando o mundo grita para que sejamos pais à sua maneira.

Somente quando você começa a identificar e difundir esses sentimentos paralisantes de dúvida e preocupação é que você reivindica sua confiança e torna-se a mãe que pode ser. É quando o que você diz, como você age e o que você acredita ficam alinhados.

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Como escolher uma boa escola: refletindo sobre a educação dos filhos

Conversando com uma amiga, ela manifestou algumas preocupações em relação à escola das crianças. Ela pontuou o que julga importante e fundamental para a educação escolar de seus filhos.

Escola sempre foi um assunto frequente na minha infância, talvez, por isso, um fator determinante para a nossa decisão em nos mudar do Brasil, viver longe de nossos familiares e amigos, sair da zona da zona segura e rumar para os ares gelados suíços.

Minha jornada por nove escolas diferentes

Cresci assistindo meus pais se “revirando ao avesso” para garantir que eu e meu irmão frequentássemos escolas com boa educação. Não sei nem dizer quantas vezes presenciei tarde da noite minha mãe separando as folhas dos talões de cheque para negociar, no dia seguinte, os meses em atraso e assim garantir nossa rematrícula.

Por motivos que variavam entre qualidade do ensino e dificuldades financeiras, frequentei nove escolas diferentes. Dos meus onze anos de idade escolar, do primeira ano até a conclusão do ensino médio. Vivi a experiência de frequentar todos os tipos de escola, desde as públicas, as de bairro e até mesmo as de elite.

Sei que meus pais fizeram o melhor que podiam e tudo isso fez com que eu entendesse exatamente o que é importante, para mim, na escolha da escola como mãe. As escolas na Suíça são bem diferentes que qualquer uma que eu tive a oportunidade de cursar.

Curiosidades sobre as escolas na Suíça

As crianças desde os 4 anos são encorajadas a irem e a voltarem sozinhas da escola para casa, mesmo com neve e chuva (isso, por favor, não quero e nem pretendo comparar com a vivência em megalópoles como São Paulo ou Rio de Janeiro), mas outros itens são passíveis de comparação e podem inspirar modelos educacionais brasileiros:

  • As crianças são incentivadas a se vestirem sozinhas, vestir seus sapatos sem ajuda de um adulto.
  • O número de funcionários é muito menor do que nas escolas do Brasil, as crianças fazem a limpeza grossa da própria sala de aula e do pátio sendo responsáveis pela organização.
  • Não existe portões ou muros, as escolas são abertas em sua maioria.
  • Não há uso de uniformes, mas há um direcionamento de que tipo de roupa usar, principalmente entre os adolescentes.
  • É desaconselhado as lancheiras com alimentos açucarados até os 6 anos de idade.
  • O uso do meio digital é inserido desde o jardim de infância como complemento do estudo e não como a via principal do conhecimento.
  • Todos os dias as crianças lancham ao ar livre, não importa o tempo climático, e não existe adulto para vigiá-las.
  • As famílias estrangeiras têm direito a solicitar gratuitamente um intérprete de sua língua nativa para as reuniões entre os professores.
  • O foco da educação até os sete anos é desenvolver as habilidades emocionais, as relações sociais e humanas deixando a alfabetização somente para o início da primeira série.

Encontrando sua própria voz na escolha de uma boa escola

E para você, quais são os pontos importantes e determinantes para a decisão da escola que seu filho irá frequentar? Minha sugestão é que você elenque as principais questões que estão na sua mente e tente respondê-las:

  • As atividades extracurriculares?
  • O ensino alinhado com o vestibular?
  • Atividades que envolvem a natureza?
  • O não uso de uniforme?
  • O ensino religioso?
  • O uso de dispositivos digitais e tecnologia?
  • O currículo dos professores?
  • O ambiente e estrutura escolar?
  • As pessoas que frequentam…?

Certamente, você tem alguns pontos que são determinantes para a sua decisão na hora de escolher uma boa escola. O desafio é conseguir silenciar as vozes externas para conseguir ouvir a sua própria voz e assim encontrar o que realmente faz sentido para você.

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Como fortalecer a confiança em suas decisões

Aqui vão algumas ideias de como começas a nutrir a confiança em suas decisões:

– Quais são seus valores?

No fundo, o que é mais importante para vocês como família? É conexão, bem-estar emocional, autenticidade, saúde, alegria? Ou é fazer escolhas que pareçam boas na frente dos outros, ter filhos quietos e obedientes?

– Quais são os limites?

As criação de outro ser humano é profundamente pessoal e não importa como a gente aja, sempre será difícil. Haverá pessoas que discordarão e questionarão suas escolhas. Haverá momentos em que você sentirá vontade de comprometer seus valores. Provavelmente não haverá outra família que tenha exatamente os mesmos valores que os seus e está tudo bem. O importante é decidir o que é mais importante para você e sua família.

Encontre a sua verdade e cumpra-a: você não pode agradar a todos e sua principal prioridade é o bem-estar emocional da sua criança a longo prazo. Se a escolha for fazer concessões para agradar aos outros, escolha sempre o sua filha ou filho.

– Faça o que é certo para você

Não cabe a você cuidar dos sentimentos dos outros em relação às suas escolhas. Deixe-os expressar seus sentimentos sobre isso, e você continuará fazendo o que faz sentido para você. Às vezes, é mais fácil falar do que fazer, mas tente não se preocupar tanto com o que as outras pessoas pensam.

Escolher uma boa escola não é um caminho fácil e é preciso um profundo trabalho interior e dedicação para construir uma relação saudável com as crianças. Nossos filhos nos transformam nos pais que eles precisam que sejamos e para que nos tornemos isso, devemos estar dispostos a caminhar através dos desafios que a vida nos apresenta.

Indicações para ler, assistir e ouvir

Para te auxiliar nesse caminhar de como escolher uma boa escola, quero te fazer 3 indicações bem especiais:

Para ler: Toda ansiedade merece um abraço*, de Alexandre Coimbra Amaral. É um livro que explora de maneira sensível e profunda a complexidade da ansiedade, oferecendo insights valiosos e estratégias para lidar com esse desafio com empatia e compreensão. Você é muito maior que a sua ansiedade.

Para assistir: Colors um projeto lindíssimo que apresenta artistas de diversos gêneros musicais, geralmente em um cenário minimalista com cores de fundo vibrantes. São músicos talentosos e emergentes, a qualidade do som é excepcional. Aqui em casa eu adoro usar como fundo de tela na TV enquanto as crianças se divertem com jogos de tabuleiro.

Para ouvir: Meu podcast – Mariana Wechsler: um podcast de histórias reais, de todos os tipos de pessoas e como elas se encontram, se amam e enfrentam a vida ao lado das crianças que convivem. Eu ouço a história, compartilho o meu conhecimento e juntas construímos histórias que cuidam de você, de mim e de todas.


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