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Três acertos e três decepções do filme ‘Divertida-Mente 2’
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Há anos eu aguardava a sequência de Inside Out da Disney e da Pixar, traduzido em português para Divertida-Mente.

Divertida-Mente é um filme que fala sobre emoções e serve para todas as idades. Ele é feito por grandes especialistas em emoções e, por isso, contém aprendizados profundos sobre o universo emocional.

São raros as produções que explicam sobre emoções de um jeito didático como esse, e utilizo muitas referências nos meus treinamentos e mentorias.

Como especialista em Inteligência Emocional, levei minhas expectativas ao cinema, além da pipoca e do meu namorado para conferir a sequência do filme… E enfim quero compartilhar com vocês o que gostei e não gostei sobre a produção.

Vou falar de três grandes acertos que me deixaram empolgada e também três decepções que me frustraram. Contudo, mais do que minha opinião pessoal, quero compartilhar aprendizados que podem contribuir com a sua maturidade emocional.

Prometo que tentarei não dar grandes spoilers… Vamos lá?

Três acertos do filme

1. Faz uma boa explicação sobre convicções

Para mim, o ponto alto da história foi mostrar como se formam as nossas convicções ou crenças. Vou explicar de forma metafórica. Quando uma experiência de vida carrega uma bagagem emocional, os pensamentos associados àquela situação podem formar raízes em nossa memória.

Conforme novas situações validam aquele pensamento como um fato, forma-se uma convicção. Isso pode acontecer quando uma mesma experiência se repete várias vezes. Ou quando ouvimos a opinião de alguém que importa para nós. Também acontece quando nosso diálogo interno joga contra a gente.

A boa notícia é que uma convicção pode ser questionada e invalidada e se tornar apenas uma memória – ou, no melhor dos casos, um aprendizado!

Sendo assim, saber questionar as crenças e extrair aprendizados de situações difíceis é pura inteligência emocional!

2. Tem clareza ao definir sentimentos e emoções

A sequência do filme explora não só as emoções primárias, como também os sentimentos, que são as experiências mais subjetivas dessas emoções. Como a ansiedade, o tédio, a vergonha e a inveja. De todos os sentimentos, a ansiedade ganhou papel protagonista na sala de comando das emoções.

Particularmente, eu adorei a ansiedade comandando os projetistas do futuro, que desenhavam cenários pessimistas para o futuro da personagem.

O mais legal foi perceber que essa análise de risco pode ser útil, assim como também pode ser um tremendo gasto energético desnecessário.

Quando a alegria se propõe a fazer o papel do otimismo e sugere cenários futuros mais positivos, ela ensina, portanto, que nós podemos nos perguntar também: “e o que de melhor pode acontecer se eu decidir tomar esse risco?”

3. Mostra que regulação emocional vem de dentro

A ansiedade assumindo o papel de personagem principal mostrou o quanto pode ser frustrante e perigoso vincular a regulação emocional a fatores externos, como a validação dos outros.

Além de deturpar o senso de identidade, o estado emocional passa a ficar dependente de fatores que estão fora do seu controle.

O ideal é vincular as emoções aos seus valores mais intrínsecos, àquilo que de fato você acredita ser a sua essência. Ao assumir a responsabilidade pela sua regulação emocional, você ganha mais liberdade e maturidade.

Três decepções do filme

1. Invalida emoções complexas na infância

Para trazer o conceito das emoções mais complexas, que são os sentimentos, o filme justificou que elas apareceriam mais na adolescência.

Entretanto, uma criança já é capaz de ter sentimentos complexos, à medida que o raciocínio lógico vai se consolidando.

Quem convive com crianças pequenas, sabe que elas já são capazes de sentir ciúmes, inveja, insegurança, vergonha, e por aí vai…

2. Falta relacionar ansiedade e medo

Senti falta de uma relação maior entre ansiedade e medo, pois a ansiedade é um sentimento complexo que tem a emoção primária, medo, como pano de fundo.

O medo poderia ter ficado ao lado da ansiedade, cochichando riscos e alimentando as suas preocupações. Essa relação teria tornado mais clara a diferença entre sentimentos e emoções.

3. Não explora a quantidade de emoções que temos

No fim, eles poderiam ter mostrado que existe um grande universo de “Divertidamente”, além das emoções e sentimentos mostrados no filme. A gente tem cerca de 27 emoções primárias e centenas de sentimentos.

É claro que seria complexo retratar tudo isso no filme. Mas quem sabe, no final, eles poderiam ter colocado vários universos na cabeça da personagem, mostrando a complexidade do que é sentir e do que é ser humano.

De qualquer forma, recomendo o filme para qualquer idade – em especial, o primeiro Divertida-Mente, que é o meu preferido.

Quer continuar aprendendo mais comigo e fortalecer os seus Divertida-Mentes? Te convido a me seguir no meu LinkedIn e Instagram e me contar o que achou desse texto!

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