Tiny Houses: lares acolhedores em casas minúsculas
As Tiny Houses trouxeram todo um modo de viver baseado em uma filosofia minimalista, e propõem o uso consciente dos recursos com a funcionalidade dos espaços.
Eu sempre fui apaixonada por espaços pequenos para se viver, daqueles que pareciam existir só nos livros infantis e nas histórias que minha mãe me contava quando pequena. Acho que foi daí, da infância, que eles passaram a existir na minha mente. Como seria possível algum ser humano viver em casinhas tão pequenas? Essa foi uma questão que me intrigou por muito tempo ao longo da vida.
Passei a colecionar livros que tratavam do assunto de mini casas, desde abrigos para viajantes, pescadores ou caçadores, passando até por casas na árvore e refúgios idílicos nas montanhas. Porém nenhuma delas se comparava a uma possível experiência verdadeira de se viver cotidianamente em um espaço tão reduzido.
Até que um dia apareceram as Tiny Houses. Apresentadas como pequenas casinhas de construção modular, podendo ser fixas, transportáveis ou móveis sobre rodas, e com metragem máxima de até 40 m². As Tiny Houses trouxeram todo um modo de viver baseado em uma filosofia minimalista, conceito que propõe o uso consciente dos recursos em união com a funcionalidade dos espaços. Um movimento que por muito tempo a gente só conseguia encontrar em sites gringos.
Tiny Houses no Brasil
Passei muito tempo mergulhada em pesquisas que me trouxessem mais clareza sobre o assunto. Queria entender mais a fundo sobre essa questão que me intrigou por tanto tempo, afinal, a promessa de defender um estilo de vida mais simples, sem exageros, e com a liberdade de poder se movimentar e morar em lugares diferentes próximos a natureza e respeitando o meio ambiente, era realmente sedutora.
O tempo passava enquanto crescia mais ainda meu interesse pelo assunto. Em minhas buscas eternas me deparei com o Robson e a Bel, que juntos criaram o Pés Descalços, uma iniciativa que se dedica a difundir o movimento Tiny House aqui no Brasil. Pirei! Passei a segui-los pelas redes sociais acompanhando suas impressões e soluções sobre este modo de vida, até porque eram os primeiros brasileiros que eu encontrava tão disponíveis a abrir o coração e contar todas suas experiências sobre o assunto. Eu os admirei de imediato, desejando de verdade conhece-los algum dia.
Surgiu a oportunidade. De um ano para cá, resolvi me arriscar na primeira mentoria que eles estavam lançando sobre o movimento Tiny Houses. Inscrição feita, comecei minha jornada no que julgava ser um novo mundo de descobertas que se abriria diante de mim. E foi!
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Aprendi muito com esse casal pioneiro através da mentoria. Não somente práticas de construção modular, como também ser possível viver de acordo com nossos princípios e da maneira que acreditamos. Reacendi essa convicção dentro de mim. A de morar com um propósito.
Com todos e para todos
Neste mês que passou, depois de mais de 1 ano desses encontros virtuais, tive o imenso prazer de realizar meu desejo de conhece-los pessoalmente, junto com mais quatro queridas amigas que também fizeram parte da mentoria. O encontro, que tinha o objetivo de conhecer mais de pertinho a Araraúna, nome da linda Tiny House que eles moram, e também nos conhecermos pessoalmente, foi além! Jamais poderíamos imaginar quanta manifestação sairia dali.
Juntos, nos conectamos com nossas intenções e cruzamos nossos interesses e sabedorias em relação ao morar e a levar uma vida com mais propósito. Trocamos experiências, histórias de vida e novas ideias que surgiram na mente e no coração. Fizemos um mutirão de construção colaborativo para a Camicasa, nome da nova casinha sobre rodas que está sendo construída por eles. Conversamos sobre minimalismo, design afetivo, viver com menos e nomadismo digital. Conversas acolhedoras a que carinhosamente chamamos de Tiny Talks.
Aprendi que são muitas as vantagens de adquirir uma Tiny House, porém a mais significativa para mim foi poder sentir de perto que fazer parte de uma comunidade colaborativa requer nos ouvir uns aos outros, construir em cima do que os outros dizem e fazem. Com todos e para todos. Sem dar créditos a ninguém. Um bem comum que a gente adquire para sempre.
A vocês Robson, Bel, Aline, Vic, Erika e Genifer, sou muito grata! Vocês ficarão gravados para sempre no meu coração!
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