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Somos o que comemos. E se fôssemos quem seguimos?
Georgia de Lotz | Unsplash
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São tempos difíceis em que tudo online parece acelerado e pasteurizado. Usar as redes sociais a nosso favor pode fazer toda diferença nas nossas vidas. Como você tem usado suas?

Esses dias, me peguei pensando naquela frase que diz “somos o que comemos”. Na minha visão, essa expressão popular poderia tranquilamente ser traduzida, nesses tempos de hiperconexão para “somos o que consumimos”. Começo o texto com essa provocação para pensarmos sobre os conteúdos que inundam nossas redes e, consequentemente, nossas vidas.

Já tive a fase de estar em todas as redes sociais e seguir mais de mil pessoas no Instagram. Percebi, rapidinho, que meu cérebro não daria conta daquela quantidade e qualidade de informações. Se antes existiam as revistas de fofoca, hoje os próprios potenciais alvos das fofocas postam sobre suas vidas. A coisa toda vem da fonte e, por isso, é muito mais manipulável, vendível e até falso.

Comparações

Para além da problemática de não existir mais o tempo para digerir e elaborar tudo o que se passa diante de nossos olhos — que em menos de um minuto visualizam uma receita de pudim, seguida de uma notícia terrível de guerra, logo antes de uma foto do look da famosa —, há também uma enorme angústia em estar “por fora” se não conseguimos saber quem é a influencer X, o assunto Y ou a pessoa que viralizou com Z.

Vivemos a expectativa de que precisamos ser a “mãe zen” como tal blogueira mostrou que é, de que precisamos fazer a melhor comida como aquela influenciadora fez (em dois minutos de vídeo, viu?) e ter, ao mesmo tempo, o corpo perfeitamente sarado. Isso acaba nos empurrando para uma versão Frankstein do mundo perfeito, mas será que ele existe mesmo?

É importante que a gente se dê espaço para não comparar a bagunça da vida real com a vitrine sedutora das redes sociais. E isso só é possível se a gente se permitir ficar a uma certa distância desses conteúdos.

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Faça um filtro

Há alguns dias reduzi bastante minha lista de quem sigo, filtrei os assuntos que me preenchem de verdade e as pessoas que me ensinam com suas posturas. Tem espaço para o besteirol inofensivo, para reflexões profundas, para aprendizado e apoio nas redes, basta que saibamos olhar para elas com um pouco de maturidade. É necessário saber que nem tudo é para todo mundo, que nem tudo é para nós, que nem tudo convém, apesar do imperativo social indiretamente nos ensinar o contrário.

São tempos difíceis em que tudo parece acelerado, pasteurizado, ficando fácil perder a conexão com quem realmente queremos ser, com como queremos gastar nosso tempo e onde queremos investir nossa energia. Usar as redes a nosso favor pode fazer toda diferença nas nossas vidas. Como você tem usado suas redes?

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THAIS BASILE é psicanalista, escritora, especialista em psicopedagogia institucional, palestrante, feminista pelos direitos das mulheres e crianças e mãe da Lorena. Compartilha um saber para uma educação mais respeitosa no @educacaoparaapaz.

*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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