Seu valor é somente percebido pela sua alma
Um texto que reflete sobre nossas qualidades e sobre questões fundamentais para a nossa percepção sobre nós mesmos e sobre o mundo.
Beto Pandiani é um colunista de Vida Simples que sempre traz em suas reflexões mergulhos profundos na essência humana. Neste mês, ele nos brinda com um texto que reflete sobre nossas qualidades e questões fundamentais para a nossa percepção de nós mesmos e do mundo.
Teve um momento da minha vida em que eu resolvi me aceitar. Deixei de querer ser alguém diferente e passei a gostar do que havia dentro de mim. Então, percebi que o que era identificado como uma fragilidade ou deficiência, na verdade, eram minhas qualidades. Você já teve este sentimento?
Percebi que esse é o diamante que todos nós carregamos em nossa essência. Essa essência, a que me refiro, tem uma história registrada em algum lugar.
A jornada infinita que nos trouxe até aqui não tem nada a ver com o que você percebe como a sua personalidade, por exemplo, nem está relacionada com o que se percebe quando nos olhamos diante de um espelho.
Essa essência está mais próxima de uma vibração.
Música e essência
Sentado em minha mesa de trabalho, recheada de mapas e livros de viagens, escuto Echoes com David Gilmour e seus solos lancinantes que me empurram para um abismo de sentimentos. Eles me conectam com algo dentro de mim, e me fazem interagir com essa frequência que vibra internamente.
A música me leva a sentir e a sintonizar dentro de mim uma frequência tão familiar. Para mim, a música tem esse poder.
Música é a matemática de uma forma energética de comunicação que me leva de volta para casa.
Quando eu volto para casa, eu percebo e sinto a minha conexão com este mundo.
A questão é que a minha mente cria o seguinte dilema: que mundo eu consigo perceber? Um mundo mergulhado em guerras, ódio, divisões, fome e injustiças ou um planeta único, cheio de Luz, com bilhões de entidades espirituais manifestas na natureza e criadas para nos acolher?
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Questões fundamentais
Eu vim para cá para sofrer ou para expressar a minha essência, que algumas vezes reconheço como única? Estou aqui para ser contaminado pela negatividade ou para ajudar a ancorar a consciência nesse plano energético?
Por que é tão difícil vivermos em paz, ou nos expressarmos de forma amorosa, se isso parece tão óbvio e claro para mim?
Não tenho como saber, mas creio que a nossa grande dificuldade está no fato de não nos percebermos como seres espirituais. Esta é uma percepção que realmente pouca gente tem.
Na maior parte do nosso dia, agimos como seres reativos sem nenhuma responsabilidade pelas consequências de nossos atos.
Não temos ideia do alcance de um pensamento negativo, de um julgamento e, principalmente, do ódio que muita gente nutre. Grupos de pessoas com suas mentes programadas por alguma ideologia ou credo alimentam a separação energética e não tem ideia dessas consequências.
O resultado é esse que vemos nas telas. Isso contribui para criarmos uma percepção falsa de quem somos.
Tudo se trata de como cada um se percebe neste planeta.
Novas questões
Deixo aqui algumas questões.
Quantas vezes em sua vida você se percebeu como vítima? Quantas vezes você se viu como protagonista?
Mas, talvez, você possa fazer outras perguntas.
Alguma vez você se sentiu parte de um oceano e, confortavelmente, percebeu que o seu ser poderia modificar o todo, mesmo sem deixar de ter a sua individualidade?
Esses dias fiz uma pergunta para mim, diferente de todos os meus pensamentos antigos: o que eu preciso fazer de diferente para merecer uma companheira como sempre sonhei?
Deu para entender o que procurei traduzir em palavras enquanto meu coração se sentia inundado por Echoes?
Pois bem, se você está se sentindo bem com você mesmo, você encontrou a Paz.
Você percebeu que o mundo é um lugar em construção e que o seu valor é somente percebido pela sua alma.
Para ler mais do Beto: O que é a fé? E por que ela é o oposto do medo?
BETO PANDIANI (@betopandiani) é velejador, palestrante e escritor. Velejou da Antártica à Groenlândia, cruzou dois oceanos (Pacífico e Atlântico), sempre em pequenos veleiros sem cabine. Tem sete livros publicados.
Confira todos os textos da coluna de Beto Pandiani em Vida Simples.
*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.
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