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Seu filho odeia matemática?
(Foto: Greg Rosenke/Unsplash)
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Neste artigo:

Você odeia matemática? Se sua resposta foi SIM, leia até o final e você verá que certas coisas é melhor guardar para você e não compartilhar com sua criança.

A matemática é vista como uma matéria especialmente desafiadora. Muitos estudantes relatam medos em relação a ela e compartilham com o mundo o quanto odeiam a matéria.

Há uma ligação clara entre o medo da matemática e um pior desempenho: aqueles que temem a disciplina tendem a se sair pior.

No entanto, não se sabe ao certo se o medo surge antes do baixo desempenho ou vice-versa, mas acredita-se que ambos alimentam um ciclo vicioso.

O medo leva à evitação da matéria, o que prejudica o rendimento, aumentando ainda mais a ansiedade.

Quebre a corrente do medo de matemática

Você sabia que, de acordo com pesquisas recentes, a maioria das crianças com alta ansiedade em matemática não necessariamente tem baixo desempenho? Muitas delas conseguem bons resultados, mesmo sentindo medo da matéria.

Aqui entra a importância de pais e professores, especialmente quando adotam uma abordagem de parentalidade respeitosa.

Em vez de reforçar esses medos com frases como “Eu sempre odiei matemática” ou “Eu nunca fui bom nisso”, é fundamental oferecer apoio emocional e prático, validando os sentimentos da criança, mas incentivando uma visão positiva.

Na parentalidade respeitosa ou gentil, os pais agem como guias compreensivos, ajudando os filhos a enfrentarem desafios com confiança.

Esse apoio é ainda mais importante na transição do ensino fundamental para o médio, quando os problemas de matemática se tornam mais complexos e a ansiedade pode aumentar.

Ao criar um ambiente seguro e sem julgamentos, tanto em casa quanto na escola, as crianças se sentem mais motivadas a superar seus medos e a desenvolver todo o seu potencial.

Como ajudar seu filho na ansiedade-matemática

Embora ainda se saiba pouco sobre como tratar a ansiedade-matemática, algumas estratégias já têm mostrado bons resultados:

1. Expressar os medos por escrito:
Peça às crianças que escrevam sobre seus medos antes de uma prova. Essa prática ajuda a aliviar a tensão e permite que os alunos reflitam sobre seus sentimentos.

2. Reduzir a pressão em sala de aula:
Evite prazos rigorosos em testes e atividades. Promova um ambiente onde o erro é visto como parte do aprendizado, incentivando os alunos a tentarem sem medo de falhar.

3. Aplicar a parentalidade respeitosa:
Crie um ambiente acolhedor em casa e na escola, onde os pais validam os sentimentos da criança e oferecem apoio sem julgamento. Incentive uma visão positiva sobre a matemática, reforçando a ideia de que o aprendizado é um processo, e o erro faz parte dele.

4. Promover uma atitude positiva:
Professores e pais devem adotar uma postura encorajadora, ajudando os alunos a desenvolverem confiança e motivação para superar os desafios. Isso não só melhora o desempenho acadêmico, como também desperta maior interesse por carreiras na área de matemática.

Essas estratégias, aplicadas de forma integrada, ajudam a criar um ambiente mais seguro e propício para o aprendizado, tanto emocional quanto academicamente.

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O que motiva os adolescentes a aprender?

Durante a transição do ensino fundamental para o médio, muitos alunos perdem o interesse pela escola.

Para identificar os fatores que mais impactam a motivação acadêmica, foi feita uma análise de mais de 5 mil estudos, abrangendo 25 milhões de estudantes (Deci e Ryan, 1985 e 2000).

Nessa pesquisa, três fatores foram identificados como contribuidores principais para que eles se mantenham motivados e utilizem seu potencial ao máximo:

1 – Boas oportunidades de aprendizado
2 – Autoconfiança
3 – Relacionamentos positivos

A motivação dos alunos muitas vezes declina durante essa fase de transição, quando as exigências acadêmicas aumentam.

Além disso, as relações sociais também se tornam mais importantes, e o ambiente escolar nem sempre atende a essas novas necessidades.

As amizades mudam, a influência dos pais diminui e as turmas crescem, afetando a relação entre professores e alunos.

A relação familiar respeitosa pode ser decisiva nesse cenário, pois promove um ambiente que valoriza a voz e as necessidades do adolescente.

Quando os pais se envolvem de maneira ativa e empática na vida escolar dos filhos, eles ajudam a reforçar a autoconfiança e a criar oportunidades de aprendizado significativas. Tanto dentro quanto fora da sala de aula.

Por exemplo, ao invés de simplesmente pressionar os filhos para obter boas notas, os pais podem incentivar a exploração de interesses pessoais e atividades extracurriculares que se alinhem com suas paixões, fomentando um aprendizado mais autêntico e motivador.

Um ambiente acolhedor ajuda nos estudos

Além disso, a comunicação aberta e o apoio emocional proporcionados pela parentalidade respeitosa ajudam os adolescentes a desenvolverem relacionamentos positivos com seus professores e colegas.

Ao se sentirem ouvidos e compreendidos, os jovens tendem a se envolver mais ativamente na escola, construindo conexões que são essenciais para sua motivação.

Essa abordagem não apenas fortalece a autoestima, mas também prepara os adolescentes para enfrentar os desafios acadêmicos e sociais que surgem durante essa fase de suas vidas.

Em resumo, ao cultivar um ambiente que prioriza o respeito, o acolhimento e a comunicação, os pais podem desempenhar um papel fundamental em ajudar os adolescentes a se manterem motivados e engajados em seu aprendizado, preparando-os para um futuro de sucesso e realização.

Então, da próxima vez que você sentir que a matemática é um obstáculo, lembre-se: seu esforço é valioso, seu apoio faz a diferença e sua presença na vida de seus filhos é essencial.

Pais e professores têm o poder de transformar desafios em oportunidades, e juntos podemos ajudar nossos jovens a descobrir seu verdadeiro potencial e abraçar o aprendizado com confiança.

Por fim, convido você a conhecer mais sobre o universo da parentalidade respeitosa e desenvolvimento pessoal, seguindo minhas duas indicações:

Para assistir: Discalculia – como o cérebro aprende a calcular.
A discalculia é uma dificuldade específica de aprendizagem que afeta a capacidade de compreender e manipular números e conceitos matemáticos. “Diagnosticar o mais cedo possível pode proteger contra a frustração e o medo do fracasso e evitar problemas psicológicos subsequentes”, diz o Dr. Karin Kucian.

Newsletter: eu escrevo todos os meses em Vida Simples, mas se você quer acompanhar conteúdos que não aparecem por aqui, eu mantenho uma curadoria do que escrevo em meu site Correnteza, no Substack.

Lembre-se, cada dia é uma oportunidade única de aprendizado e crescimento. Desejo a você dias de luz e amor. Obrigada por estar aqui e até o mês que vem!

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