Segredos da sabedoria budista para parentalidade
Prepare-se para transformar sua abordagem educacional e cultivar laços familiares mais profundos e significativos.
A escola avalia o conhecimento em múltipla escolha, o mundo pede alta performance e o mercado de trabalho cobra resultados imediatos. Por onde seguir quando o assunto é a educação, incentivo e conversas profundas com crianças tão pequenas ou adolescentes que, nem sempre, estão tão dispostos a conversar?
Esses dias tivemos um papo, aqui em casa, sobre resultados na escola. Uma das minhas crianças, que estava com uma nota mediana, dizia que não precisava ser a melhor da turma em matemática, que pra ela bastava tirar notas suficientes.
O pai respondeu sabiamente: “Realmente você não precisa ser a melhor ou campeã em qualquer coisa, mas tudo que a gente conquista com o nosso esforço… dá uma sensação bem gostosa no coração”.
A criança ouviu, virou as costas e disse: “Tá bom, acho que consigo fazer o meu melhor”. Às vezes, a criança só precisa ter um propósito que não seja a nossa própria satisfação. Encontrar o equilíbrio entre o incentivo e o respeito é o que, muitas vezes, nos faz perder o sono.
Perceber e reconhecer os sentimentos, mas não ficar obcecado por eles
Passado alguns dias da nossa conversa, retomei ao assunto sobre os resultados escolares e quis saber como ela se sentia para além do “OK” como resposta. E a partir daí consegui abrir um caminho de escuta, acolhimento e visibilidade em nossa relação.
Perceber, reconhecer e nomear os sentimentos é a base da regulação emocional saudável e diferente do que alguns pensam, nomear e reconhecer não é a mesma coisa que ruminação, nem mesmo perto disso.
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Fácil falar, difícil colocar em prática
E se nossas crianças tirarem uma nota baixa e se sentirem tristes? Se não alcançarem o resultado esperado em alguma avaliação, ou não forem escolhidas para algo que querem muito?
“Filho, você está bem?”
Não é nosso papel ou responsabilidade assegurar que nossos filhos estejam sempre felizes. É por meio da experiência e vivência dos ressentimentos e desafios que as crianças aprendem a lidar com eles. E para promover a saúde emocional a longo prazo, é necessário permitir que nossos filhos enfrentem períodos de desconforto e tristeza, pois isso os ajudam a desenvolver habilidades essenciais de enfrentamento emocional.
Quando pergunto, eu busco
Quando pergunto como meus filhos se sentem, a intenção nunca é para fazê-los se sentirem melhores, para eliminar suas emoções negativas ou para que se sintam felizes.
Quero que meus filhos aprendam a perceber e nomear suas emoções, porque isso os ajudará a lidar com situações e sentimentos difíceis ao longo da vida.
O curioso é que estudos recentes de neuroimagem descobriram que nomear sentimentos em palavras reduz a atividade da amígdala e outras regiões límbicas do cérebro associadas às reações emocionais fazendo com que o nosso sistema nervoso se acalme (por isso que conversar com alguém sobre os sentimentos, ajuda-nos a tolerar os desafios com mais facilidade).
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Aquilo que resistimos, persiste
Em um estudo clínico pesquisadores pediram às pessoas que colocassem uma das mãos em um banho de água gelada e aceitassem seus sentimentos de dor ou os omitissem. Aqueles que tentaram reprimir seus sentimentos relataram mais dor e não aguentaram a água gelada por tanto tempo quanto aqueles que aceitaram e falaram sobre seu desconforto.
A sabedoria budista oferece valiosos ensinamentos para promover o desenvolvimento saudável de nossos filhos.
“Se sua determinação num único momento (ichinen) mudar, com certeza vocês, pais, e seus filhos acumularão o tesouro do coração e juntos construirão uma família harmoniosa.” (Daisaku Ikeda, Daibyakurenge Agosto 2016)
Aqui estão alguns passos importantes que podem auxiliar nessa jornada:
Novas experiências:
Permita que a criança explore e experimente coisas por conta própria, intervindo apenas em caso de perigo iminente.
Incentive as perguntas:
Encoraje a curiosidade da criança, lembrando que as perguntas fortalecem sua autoconfiança e entendimento do mundo ao seu redor.
Erros acontecem:
Equilibre a mensagem de que esforço é importante com a compreensão de que erros são oportunidades de aprendizado e crescimento.
Amor incondicional:
Demonstre amor e apoio incondicional à criança, independente das circunstâncias, promovendo sua autoestima e segurança emocional.
Deixe sentir:
Permita que a criança expresse suas emoções, mesmo que intensas, ajudando-a a compreendê-las e gerenciá-las de forma saudável.
Rituais:
Estabeleça rituais simples para trazer ordem, segurança e conexão familiar, como uma conversa matinal ou uma leitura noturna.
Incentive o pensamento positivo:
Reforce crenças e palavras afirmativas para promover uma mentalidade positiva e autoconfiante na criança.
Aceite limites e opiniões:
Respeite os limites e opiniões da criança, incentivando o diálogo e a compreensão mútua em situações desafiadoras.
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Ao colocar em prática esses ensinamentos, estaremos não apenas promovendo o desenvolvimento saudável de nossos filhos, mas também cultivando um ambiente familiar de amor, respeito e crescimento mútuo.
Agradeço você por dedicar seu tempo para ler essas preciosas reflexões sobre a jornada de criar filhos com sabedoria e amor. Espero que esses ensinamentos budistas possam inspirar e guiar você em sua própria jornada.
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Por fim, convido você a conhecer mais sobre o universo da parentalidade e desenvolvimento pessoal, seguindo minhas duas dicas abaixo:
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Baralho da Gratidão: Deborah Dubner, psicóloga, professora, escritora e especialista em Neurociência, Psicologia Positiva e Mindfullness http://deborahdubner.com.br/
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Lembre-se, cada dia é uma oportunidade única de aprendizado e crescimento.
Obrigada por estar aqui e até o mês que vem!
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