Que tal fazer uma lista dos sonhos para o ano novo?
Paula Roosch, em sua coluna de dezembro, sugere uma lista dos sonhos diferente para o ano novo, com foco no que já realizamos para entender melhor nossa posição no mundo e definir os próximos passos de forma mais realista
Talvez, lá no fundo, você sinta vontade de ler aqui neste artigo uma fórmula mágica para realizar seus sonhos e ser mais feliz. Às vezes eu sinto essa vontade também, de ter alguém capaz de me dar as respostas prontas para problemas complexos, talvez até um “mapa da felicidade”.
Bem, para alinhar suas expectativas, este artigo não tem esse objetivo. Mas antes que eu te perca para outro conteúdo, vou fazer um combinado contigo: ao menos boas reflexões para aliviar seu coração eu prometo te propor aqui. Combinado?
No Natal de 2022, eu ganhei de presente uma espécie de agenda com o nome de Bucket List – 101 coisas que eu gostaria de fazer durante a minha vida.
Por amar uma boa reflexão, também amei o presente. A proposta parecia deliciosa, uma espécie de mapa mental em forma de um caderno bem feito.
Contudo, dois anos se passaram e eu tenho uma confissão a fazer: preenchi, no máximo, 20 coisas dessa lista.
E recentemente, apaguei todas elas.
Lista dos sonhos
Quando finalmente comecei a escrever essa “lista dos sonhos”, eu entrei em um enorme dilema: o que realmente seria digno de entrar nessa lista? Você talvez concorde que 101 coisas são poucas coisas para uma vida toda e precisam ser muito bem escolhidas.
Possivelmente, coisas como “casar”, “ter filhos”, “conhecer tal lugar incrível”, “impactar milhares de pessoas”, “escrever um livro”, “plantar árvores”, etc.
Bom, enfim comecei a escrever as tais coisas grandiosas. Aí veio o dilema a seguir: uma ansiedade tomou conta do meu peito.
Eu me dei conta de que eu já tinha 35 anos e ainda não havia conquistado muitas das coisas que o meu coração desejava há décadas. Essa angústia me fez me sentir incapaz, incompleta, atrasada. A tal da bucket list, portanto, virou meu copo meio vazio.
Resultado? Parei de preenchê-la. Ela virou um livro esquecido na prateleira que me despertava gatilhos ansiosos. Para me conformar, fiz uma promessa secreta de tirar um tempo para preenchê-la. Confesso, ainda não cumpri o prometido.
Até que, recentemente, descobri como reinventar essa lista e preenchê-la de um jeito diferente. Esse jeito, ao invés de despertar angústia, tem o efeito oposto: ele desperta gratidão, felicidade e paz! E você também pode aplicar isso.
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Ouvi um vídeo do Simon Sinek em que ele falava sobre a ansiedade, comumente despertada por essas “listas de coisas a se fazer na vida”. Respirei aliviada! Aparentemente, eu não era a única a me sentir dessa forma.
Em seguida, ele sugeriu uma forma diferente de preenchê-la: e se escrevêssemos as coisas fantásticas que já realizamos, ao invés de focar no que não fizemos?
Fiquei empolgada com a ideia! Comecei a pensar em tanta coisa bacana que aconteceu na minha vida… Eu já ensinei milhares de pessoas, recebi convites internacionais de trabalho, já conheci o amor da minha vida. Corri cinco meia maratonas, viajei para lugares fantásticos no mundo, escrevo para uma revista que admiro tanto…
E também já sobrevivi a corações partidos, senti empatia por pessoas com dores parecidas que as minhas. E ressignifiquei o luto em saudade boa, superei medos em prol de sonhos.
Não precisa ser tudo positivo. Aliás, boa parte das nossas conquistas é composta por dores que nos permitiram descobrir forças e potenciais que não julgávamos que tínhamos.
Ao meu ver, as conquistas que mudam a nossa mentalidade e geram uma forte memória emocional são as mais gostosas de saborear.
Como fazer sua lista dos sonhos para 2025
Neste ano, refiz minha promessa de escrever na bucket list. Só que tomei a liberdade de renomeá-la: “101 coisas que eu gostaria de fazer e que fiz durante a minha vida”. Esse processo tem me ajudado a me honrar mais e alimentar o meu amor-próprio. Fico mais feliz comigo!
O paradoxo é que, ao olhar o copo meio cheio, transbordamos. Sendo assim, sobra mais disposição para continuar a enchê-lo. Diferente do copo meio vazio, que mina a nossa energia e faz a gente sentir uma sede insaciável.
Você pode escrever seus objetivos e sonhos para 2025. Até sugiro que faça. Mas isso pode não te deixar mais feliz. Sobretudo, honre seus feitos, sua história, quem você já foi e quem você é. Quem sabe você também descobre uma fonte abundante de potencial dentro de você?
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