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Por que é bom respeitar o descanso do domingo
A sagrada preguiça de domingo é também um direito trabalhista (Foto: Holly Stratton/Unsplash)
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Neste artigo:

Sabe aqueles domingos em que até o dia descansa de si mesmo debaixo das cobertas – esquivando-se das geladas frestas entre o outono e o inverno – e você tem certeza (ou será impressão?) de que os problemas se apagaram?

Em manhãs que começam ao meio-dia, o corpo desperta com aquela sensação de renovada jovialidade e os olhos inchados de serenidade. O que será isso? Fuga? Descanso? É bom? É ruim?

Estudos mostram que períodos de desa­celeração e lazer são essenciais para a saú­de mental e física. Além disso, eles ajudam a reduzir os níveis de estresse e a restaurar as energias, promovendo um equilíbrio necessário en­tre vida profissional e pessoal.

O cérebro também precisa de momentos de pausa para processar informações, consolidar memórias e fomentar a criatividade.

Por­tanto, o descanso dominical é mais que uma fuga: é uma necessidade biológica.

Por que descansamos aos domingos?

A origem do conceito de um dia de ócio se­manal na cultura ocidental parece ter sido traçada a partir do Shabat (ou Sabbath), o sábado judaico, no qual se permite descan­so e culto desde os tempos bíblicos.

Pois, de acordo com essa tradição, Deus descansou no sétimo dia após a criação do mundo. O cristianismo reinterpretou e adaptou a prática.

Nos primeiros séculos após Jesus, os cristãos começaram a observar o domin­go como um marco sagrado, principalmen­te em honra à ressurreição do Cristo. Que, inclusive segundo o Novo Testamento, ocorreu num domingo.

Esse dia passou a ser conhecido como “Dia do Senhor” (Dominica, em latim), que finalmente em algum momento virou “domingo” em português e outras línguas latinas.

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O direito sagrado ao domingo

Ao longo dos séculos, a observância do domingo como um dia de folga e culto se consolidou em muitas sociedades ociden­tais, influenciando por fim a estrutura da semana de trabalho e os calendários sociais.

Devi­do às lutas trabalhistas, essa pausa uniu três instâncias: o valor do descanso, do sa­grado e do direito de todo trabalhador.

O coração, por outro lado, talvez respon­da de forma mais poética. Momentos de tranquilidade nos permitem ouvir nossos próprios pensamentos e sentimentos sem a interferência do caos cotidiano.

É um tem­po, portanto, para a introspecção, para valorizar as pequenas coisas do dia a dia e para expe­rimentar uma paz que, em meio à correria da semana, pode parecer inalcançável.

No fundo, tanto a ciência quanto o coração con­cordam que precisamos desses intervalos dos dias de domingo para nos manter inteiros e até joviais.

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Conteúdo publicado originalmente na Edição 269 da Vida Simples

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