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Por mais coerência no futebol (e fora dele)
Federico Gatti, com camisa do time de futebol Frosinone, comemora gol em dezembro de 2021 (Foto: Salvatore Di Monaco/Wikimedia Commons)
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Neste artigo:

Em março, completei 15 anos de profissão, desde a minha estreia no time do América-MG, lá em 2009, acumulando todos os ti­pos de experiências possíveis.

Treze anos de seleção brasileira, duas Copas do Mundo, passagens por países e culturas diferentes, e o maior presente: conviver com pessoas do planeta inteiro e poder colecionar ensi­namentos vindos de quase cada uma delas.

Tive a sorte de jogar ao lado de grandes campeões e referências no futebol, e ser co­mandado pelos treinadores mais importan­tes e vencedores da atualidade.

Mas a ver­dade é que, como sempre digo, todos somos grandeza em potencial e guardamos expe­riências e vivências só nossas, o que nos faz peça importantíssima no teatro da vida.

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Um exemplo de coerência no futebol

Seguindo esse raciocínio, conheci aqui na Itália um rapaz chamado Federico Gatti. Za­gueiro e italiano, que escalou o mundo do futebol desde a categoria amadora, quando ainda treinava e trabalhava como servente de pedreiro, até chegar à Juventus, maior clube do país, e à seleção italiana.

Portanto, um exemplo de resiliência, trabalho duro, talento e fé. Uma receita quase infalível para o sucesso. Tivemos uma rápida afinidade, pois me identifico muito com quem tem essas ca­racterísticas.

Então, certo dia, perguntei se ele já tinha escolhido sua moradia em Tori­no, haja vista que não estava encontrando algo de que gostasse nas primeiras sema­nas.

Ele me contou que tinha, sim, achado uma casa perto do aeroporto, uma zona incomum entre os atletas do futebol, distante do cen­tro e com pouca estrutura. Logo, perguntei: “Você tá satisfeito lá?’. A resposta que ele me deu foi categórica: “É o que me convém’.

Federico, fiel aos seus princípios

Tenho certeza de que Federico queria e se sentiu tentado a arrematar algo muito mais luxuo­so e, talvez, a gastar uma quantia incompa­tível naquele momento com o contrato que ele tinha, até por uma questão de imagem e ego.

Mas ele foi fiel aos seus princípios e agiu de acordo com o que cabia naquelas circunstâncias e com o que ele podia.
Foi um grande ensinamento para mim. Me fez, mais uma vez, ter certeza de que, mesmo rodeado por grandes “estrelas’ do futebol e de outras áreas, a vida trata de dar mensagens e direciona­mento vindos de todas as partes.

Federico me relembrou de que temos de viver de acordo com as nossas condições. E que as impressões que devemos nos preocu­par em causar em outras pessoas sempre serão as humanas.

Saber quem você é e o que lhe convém em um mundo onde as aparências predominam é ouro!

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Conteúdo publicado originalmente na Edição 267 da Vida Simples

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