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Escolha a compaixão no lugar do julgamento
Jurien Huggins / Unsplash
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Existe uma espécie de consenso em rela­ção a algumas características da natureza humana que nos conduzem a uma espécie de dança inconsciente, uma coreografia sutil e sedutora, que é a tendência irresis­tível de julgar o próximo.

Um olhar de relance, um jeito torto, um comentário mordaz disfarçado de obser­vação inocente. Outras vezes, é um suspiro velado, como se nossa aprovação ou de­saprovação fosse fundamental para a es­tabilidade do Universo.

Mas por que é tão difícil resistir a essa dança de julgamento? Talvez seja uma necessidade inata de nos sentirmos superiores, uma tentativa desa­jeitada de validar nossas próprias escolhas e existência.

Enquanto nos encontramos presos em um turbilhão de decisões di­árias, desde a escolha do café da manhã até as complexidades da vida profissional e pessoal, julgar os outros parece ser uma maneira infantil de afirmar que não esta­mos no caminho certo.

Cada pessoa carrega batalhas invisíveis

No entanto, essa dança é traiçoeira, pois se disfarça de inocência. Julgamos sem ponderar sobre as histórias que não co­nhecemos.

Esquecemos que cada pessoa carrega um fardo invisível, uma coleção de experiências e cicatrizes que moldam suas escolhas e trajetória.

No meio dessa dança, perdemos a oportunidade de empatia, de nos conectar verdadeiramente com a complexidade humana.

Cada olhar de desaprovação é uma barrei­ra que construímos, uma ponte que quei­mamos. Julgar torna-se um escudo que nos protege da vulnerabilidade de sensibilida­de.

Protege da constatação de que, na verdade, não sabemos nem controlamos tudo. E, assim, continuamos a dançar, atraídos pela melodia do julgamento.

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Que tal dançar sem julgamento?

Mas e se, por um momento, optássemos por algo dife­rente?

Uma dança na qual a compaixão é a coreografia principal, em que cada passo é uma oportunidade de compreender, de aprender.

Uma dança em que as máscaras superiores do julgamento são substituídas pelas acessíveis, e o ritmo é indicado pela harmonia da diversidade.

Que possamos, em nossa jornada, resistir à tentativa do julgamento fácil, que descon­sidera as batalhas alheias.

Que possamos escolher dançar ao ritmo da compaixão, abrindo espaço para o acessível e cele­brando a incrível diversidade que compõe o espetáculo da vida.

Pois, no final, é essa dança que verdadeiramente enriquece a trama das nossas histórias.

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Conteúdo publicado originalmente na Edição 263 da Vida Simples

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