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Desejo e finanças: veja como praticar o autocontrole sem privações
Almos Bechtold
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Qual é a relação entre os nossos desejos e nossa vida financeira? A resposta é: esses dois fatores estão relacionados em praticamente tudo. Desejar desempenha um papel significativo nessa área, pois influencia as decisões que tomamos em relação ao dinheiro. Desejamos intensamente, mas será que nossas finanças acompanham esse desejo?

No campo financeiro, nossos desejos muitas vezes se manifestam como aspirações materiais, busca por segurança e conquistas econômicas. É inegável que o dinheiro pode tornar realidade muitas de nossas vontades, e é por isso que nossas emoções desempenham um papel significativo em nossa saúde financeira.

O perigo e a compulsão são a sombra do desejo

Esses são alguns dos dilemas constantes em que nos encontramos:

  • Será possível viver uma boa vida sem satisfazer todos os desejos?
  • Será que viver constantemente na busca de realizar desejos é a chave para a felicidade?
  • Quando o desejo é saudável e quando se torna prejudicial?
  • Como podemos utilizar o desejo a nosso favor? Será que existe um limite para o desejo?
  • Qual é o custo de desejar constantemente?

O famoso escritor Oscar Wilde, com sua perspicácia característica, afirmou que: “Neste mundo, existem apenas duas tragédias: uma é não satisfazer nossos desejos, e a outra é satisfazê-los por completo”. Essa afirmação lança uma luz sobre o desejo, reconhecendo seu potencial tanto para nos elevar quanto para nos aprisionar.

Se você tivesse a lâmpada mágica de Aladdin, o que pediria ao gênio?

O próprio Oscar Wilde alertou que, quando nossos desejos são desenfreados, quando nos tornamos prisioneiros de impulsos incontroláveis, perdemos o controle sobre nossas vidas. Essa compulsão pode nos afastar de nossos objetivos, nos levar a hábitos prejudiciais e aprisionar-nos em padrões destrutivos. Desejar é fundamental, mas devemos fazê-lo com discernimento para não nos perdermos nas finanças.

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Desejo e finanças: a paz reside do autocontrole

Os estoicos, filósofos da Antiguidade que buscavam a sabedoria e a virtude como caminho para uma vida significativa, tinham uma perspectiva única sobre o desejo. Eles argumentavam que, para encontrar a verdadeira paz e realização, era essencial aprender a controlar nossos desejos e apegos. A filosofia estoica é intrigante, mas é realmente possível controlar nossos desejos tão profundamente? Qual é o preço de reprimir nossos desejos? Será que, no final das contas, desejamos viver em constante contenção?

Pitágoras, o famoso filósofo e matemático grego, nos lembra que “O homem é mortal por seus medos e imortal por seus desejos”. Essa perspectiva oferece uma dimensão mais profunda à compreensão de nossos desejos. De acordo com essa visão, nossos desejos são intrínsecos à nossa humanidade e têm o poder de transcender nossa mortalidade.

A questão central não é render-se a todos os desejos nem reprimi-los, mas atribuir o valor adequado a cada um deles, pois eles diferem em significado e importância.

Reconhecer a relevância dos desejos em nossas vidas nos dá a oportunidade de discernir quais desejos têm maior importância do que outros.

Como unir a paixão à razão no campo das finanças?

Nesse contexto, podemos entender que o equilíbrio é fundamental. Devemos abraçar nossos desejos como uma força motriz, direcionando-os com autodisciplina e consciência, como os estoicos preconizavam.

Ao fazer isso, encontramos a harmonia entre nossas paixões e nossa razão. Para alcançar o que realmente importa, é necessário manter o foco. A diferença está na ação, na qual priorizamos e escolhemos perseguir os desejos mais significativos e duradouros, em vez de ceder a impulsos passageiros. Você percebe a diferença?

Infelizmente, muitas pessoas se perdem no ciclo de desejar sem poder arcar com as consequências nas finanças. Tentam manter um padrão de vida que não podem sustentar, deixando que o desejo supere a razão e, assim, enfrentam problemas financeiros.

Uma pesquisa recente realizada pela Serasa avaliou o impacto das dívidas na vida das pessoas. O estudo mostrou que 83% dos endividados têm dificuldade para dormir devido às preocupações financeiras, e 74% afirmam ter dificuldade de concentração para realizar tarefas cotidianas, entre outros problemas.

Para ter uma boa relação com o dinheiro, conheça a “Montanha dos 3 Autos”

Em meu livro “Emoções Financeiras”* (Editora Gente), exploro como as emoções afetam nossa vida financeira e como podemos aprender a lidar melhor com o desejo e as finanças, usando uma abordagem que chamo de “Montanha dos 3 Autos”.

1. Para alcançar nossos objetivos financeiros, precisamos desenvolver um autoconhecimento sólido, o primeiro “auto” dessa montanha.

2. Saber onde estamos e para onde queremos ir nos proporciona a clareza necessária para praticar a autorresponsabilidade, a próxima etapa.

3. Somente após o autoconhecimento e a autorresponsabilidade podemos, na prática, exercer o autocontrole, o topo da montanha.

Seja o maestro da sua própria sinfonia de sucesso entre desejo e finanças

Desejar é fundamental, mas viver à mercê dos desejos é uma forma de escravidão. Ao estabelecer metas financeiras realistas, planejar com cuidado e evitar gastos impulsivos, direcionamos nosso desejo de prosperidade de maneira construtiva.

Além disso, cultivamos uma relação saudável com o dinheiro, reconhecendo que ele é um meio para atingir nossos objetivos, mas não a única fonte de felicidade. Dessa forma, celebramos a jornada de equilibrar nosso desejo e finanças com nossa capacidade de controle e direcionamento.

A vida se transforma em uma sinfonia de desejos e realizações e, quando dominamos essa arte, encontramos a verdadeira magia em nossa existência.

Sejamos os maestros de nossa própria sinfonia de sucesso, em que os desejos são a inspiração, a determinação é o compasso e a realização é a melodia final.

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