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Tempos de complexidade
Roma Kaiuk | Unsplash
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Aqui, você já leu sobre o que importa — espécie humana, medo, tempo, tecnologia, gerações e outras coisas importantes para entender os dias atuais. Faltava uma coisa: complexidade.

Em uma circunstância casual, mas muito especial, no início deste século XXI, ouvi uma frase reverberante dita por Stephen Hawking. Com 58 anos, ele ainda conseguia falar, contando cada vez mais com o inseparável sintetizador de voz. Vivíamos a virada do ano, da década, do século e do milênio. E ao ser perguntado sobre qual seria a principal característica do tempo que então se iniciava, ele respondeu que, a melhor palavra para caracterizar o que estava por vir era “complexidade”. Ouvi, mas naquele instante, acho que não entendi bem a mensagem. E a partir daí, comecei a prestar atenção no que poderia confirmar a percepção de caráter um tanto profético dita pelo renomado físico.

Por fim,  lá se vão mais de 20 anos desde o momento em que casualmente, ouvi a quase profecia de Stephen Hawking. A cada dia observo, vejo, ouço ou apenas suspeito que Hawking tinha razão: estamos vivendo em um mundo cada vez mais complexo. Entretanto, cabe aqui discorrer um pouco sobre o que pode ser considerado complexidade.     

O que é complexidade

Transformado em pergunta, este subtítulo aceita até uma resposta prosaica: complexo é o antônimo de simples! Portanto, tudo que não é simples, pode bem ser complexo. Neste sentido, algumas coisas sempre foram consideradas complexas para algumas pessoas.

complexidade

Crédito: Michal Parzuchowski | Unsplash

Lembra de quando você estava na escola? Com certeza, devia haver alguma matéria que você não gostava muito e tudo que acontecia dentro dela deveria te parecer muito complexo. Tipo a prova de Física, a Química Orgânica ou a Trigonometria. Em geral, o que é difícil de ser entendido parece complexo. Da ciência à analise sintática.

Entretanto, a complexidade que cresce a cada dia não é bem esta aí. A complexidade do dia-a-dia é bem mais difícil de ser entendida e até de ser percebida. Também não é fácil de ser resolvida. É uma complexidade relacionada com o ambiente em que se vive, com comportamentos, com relações entre pessoas e com quase tudo que está no mundo ao nosso redor.

Como lidar com a complexidade

Por outro lado, não há uma recomendação única e nem uma fórmula mágica para resolver a complexidade que nos cerca e que aumenta a cada dia. Mas ela está presente e deve continuar crescendo.

Por fim, qualquer que seja a sua idade, lembre-se do que você fazia quando era criança. Provavelmente, você cumpria uma agenda de crianças daquela época, na qual existiam obrigações básicas, tipo ir à escola, fazer a tarefa de casa, estudar e brincar. Agora, compare com o que acontece com as crianças da mesma idade, nos dias de hoje. Elas têm uma agenda muito mais complicada, cheia de detalhes e deslocamentos. E estamos olhando só para as necessidades das crianças.

Entretanto, agora, pense na sua própria agenda. Como era o dia dos seus pais quando eles tinham a sua idade? Essa comparação muito provavelmente vai te levar à conclusão que neste tempo que passou, a complexidade da vida só aumentou. Bom ou ruim, tem sido assim. É quase o cumprimento de uma profecia feita por um cientista há pouco mais de 20 anos.

Finalmente, por todos estes fatos, conceitos e observações contidos neste texto, mesmo sem simplificar a complexidade crescente que nos cerca, acreditamos ser útil alertar para esta tendência do mundo atual. Junto com este alerta, vai uma mensagem nada subliminar: para amenizar a complexidade ao se redor, trate de viver uma vida simples.


FÁBIO GANDOUR é formado em Medicina e dedicou-se à pesquisa científica, em um ambiente de alta tecnologia. Portanto, um ambiente que pode parecer complexo. Mas também é lógico. Ao sair do laboratório e andar pelo mundo, tem notado que a complexidade continua por aí. Mas a lógica desapareceu!

*Os textos de nossos colunistas são de inteira responsabilidade dos mesmos e não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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