Como ter coragem para fazer mudanças de vida?
Se te falta coragem para arriscar mais ou para tentar coisas novas e o clichê 'vai com medo mesmo' não te encoraja, esse texto pode te ajudar
Quando conto que fiz uma transição de carreira com mais de 30 anos, as pessoas me acham corajosa. Só que senti medo, muito medo. Garanto que esse processo não foi do dia para noite.
Tive que abrir mão de muita coisa. Mas, principalmente, precisei abrir mão das crenças que me seguravam à velha rotina que não comportava os meus sonhos.
Precisei assimilar que eu não estava abrindo mão de todo conhecimento que adquiri em dez anos de experiência na minha carreira anterior. Precisei acreditar que não era velha para começar algo novo. Precisei confiar que seria capaz de recomeçar com o que já tinha estudado e poderia me preparar ao longo do processo, mesmo sem estar 100% pronta. Eu poderia ser capaz de viver aquilo que queria. Tinha que acreditar nisso.
Essa mudança de mentalidade foi um processo que durou dois anos intensos. Foram muitos cursos, livros, conversas, terapia, coaching, trabalho voluntário, viagens…
O preço alto da crise emocional
Durante esse processo, tive muita dificuldade de lidar com meus sentimentos. Aprendi algumas ferramentas, mas ninguém tinha me ensinado a usar (e não tentar controlar!) emoções a meu favor.
Junto com a crise emocional, apareceram alguns problemas de saúde: dores de estômago, problemas digestivos e, por fim, o hipotiroidismo. Ia para o trabalho desmotivada, chorava várias vezes escondida no banheiro e na volta pra casa. O esporte me ajudou muito nessa época, mas não era suficiente.
Perguntas gritavam dentro de mim: será que uma grande mudança pode ser leve? Como ter coragem de viver meus sonhos e lidar com os monstrinhos apocalípticos que viviam dentro da minha mente?
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As respostas para essas perguntas complexas
E foi assim que mergulhei na inteligência emocional e fui pesquisar as melhores práticas confirmadas cientificamente. Durante anos, testei essas práticas em uma cobaia bastante intensa e desafiadora: eu mesma.
Sim, era possível ter uma vida com leveza, desde que a transformação não começasse na ação, e sim na mudança de mentalidade. Entendi que a forma nova não estava prontinha me esperando. Eu teria que criá-la!
Uma coisa me chocou durante esse processo: ninguém falava sobre isso, ninguém ensinava que era possível sentir paz e aprender a se equilibrar mesmo em desafios. A maioria dos gurus ou coaches defendiam uma mudança definitiva e radical, na base de tratamentos de choque. Isso precisava mudar.
Foi por isso que eu criei ferramentas para uma vida leve: não é necessário calar os medos e emoções difíceis em mudanças. É possível viver transformações e construir uma vida com significado usando as emoções como bússola.
E na prática?
Todos temos crenças que definem nossos padrões de pensamentos. O problema é quando elas limitam nossa evolução e geram ciclos de emoções desagradáveis, drenando nossa energia e sabotando as transformações que precisamos ter.
Para saber se isso está acontecendo com você:
- Liste as emoções que você sente com frequência quando pensa nos seus objetivos de vida;
- Conecte-se às principais emoções que você assinalou. Caso elas sejam desagradáveis de sentir, como ansiedade, tristeza, raiva, frustração, medo, é porque as crenças limitantes estão invadindo seus pensamentos constantemente;
- Investigue quais são os padrões de pensamentos que querem te fazer caber numa forma que não te serve mais.
A mudança começa neste processo. Afinal, a sua mente pode ser sua maior prisão ou sua maior aliada. Tudo depende do tipo de mentalidade que você quer cultivar.
Para cultivar uma mentalidade com mais inteligência emocional, te convido a me seguir no meu canal “Pílulas Emocionais” no Instagram. Todos os dias, tenho compartilhado práticas que ajudam a fortalecer o QE (Quociente Emocional).
Acredite: praticando todos os dias, ninguém vai entender como alcançamos esse nível de maturidade emocional e a coragem para fazermos transformações de vida.
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