Como ser irmão?
Ser irmão trata-se de um vínculo que vai além de ter o mesmo sangue. É um desejo de se relacionar com verdadeira conexão
A ideia de irmandade está presente nas relações entre homens. É comum vermos homens se chamando de irmãos, de manos, de brothers, e muitas outras variações desse conceito. Mas, afinal de contas, o que é ser irmão? E será que, quando chamam seus amigos por esses nomes, eles estão realmente praticando esse laço?
A base da ideia de irmandade vem naturalmente da relação entre dois irmãos. Duas pessoas que compartilham da mesma origem, como o mesmo pai e a mesma mãe. A partir dessa estrutura, derivam-se outros tipos, como irmãos de pais ou mães diferentes, irmãos de criação ou amigos que, de tão próximos, consideram-se irmãos.
No meu caso, por exemplo, tenho na minha irmã a grande referência de relação. Dividimos o mesmo pai e a mesma mãe. Assim, ela é a única pessoa que consegue sentir um pouco mais o que eu senti vindo dessa família. É a pessoa que passou pela mesma dor que eu ao perder nosso pai e entende alguns desafios meus pela origem que tivemos.
O que mais me encanta dessa relação é que nós somos muito diferentes, mas aprendemos a nos relacionar com respeito, admiração e interesse pela forma da outra pessoa enxergar a vida. Porém nem sempre foi assim. A relação se consolidou a partir do desejo mútuo de nos conhecermos melhor. Minha irmã é o meu maior referencial para todas as relações de amizade.
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Laços de irmandade
Acredito que o que está por trás da ideia de irmandade, para além das definições genéticas, é o vínculo. Ter o mesmo pai e a mesma mãe de uma outra pessoa o coloca em um vínculo eterno. Mas esse vínculo também pode ser criado por circunstâncias externas.
Podemos nos sentir mais conectados a pessoas que estudaram na mesma escola, que trabalharam na mesma empresa, que fizeram uma viagem juntos ou que participam do mesmo caminho espiritual. Para mim, o ideal de irmandade é uma relação de cumplicidade, afeto e companheirismo que somente é acessada por uma pessoa realmente desejosa em compreender o que você vive.
Mas penso que não basta apenas ter vivido coisas juntos. É preciso querer se aprofundar na relação, cultivá-la e estar sempre disposto a colocar mais amor, desenvolvendo interesse genuíno na vida da outra pessoa. Trabalhando, também, compaixão e perdão – pois sabemos que desafios sempre vão nos encontrar no caminho. É assim que aprenderemos, enfim, a nos tornar verdadeiramente irmãos.
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