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Cinco reflexões transformadoras para se autoconhecer neste ano
COUPLE OF THINGS (@COUPLEOFTHINGS)
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Neste artigo:

Este texto traz um convite meu para você sobre reflexões. Um humilde chamado para não deixar somente para o início de um novo ano o hábito de pensar e repensar sobre onde está e para onde quer seguir.

E já lhe aviso: nem sempre é fácil nos analisar, mas digo por experiência própria, é um exercício extremamente transformador.

Sem querer, me encontrei

Correr faz parte da minha vida desde dos meus 14 anos. Sempre corri com música ou ouvindo podcast. Foi a maneira que encontrei para tornar esta atividade exaustiva em algo mais divertido.

Por medo de sair sozinha nas madrugadas carregando meu celular nos meses que vivi em grandes metrópoles como São Paulo, passei a correr no silêncio – algo que antes considerava impossível e possivelmente desesperador.

Mas, fui me acostumando a passar uma hora ouvindo absolutamente nada além do som da cidade amanhecendo e dos meus pensamentos.

Na ausência de estímulos externos ou de entretenimento pronto, comecei a usar esse tempo comigo para me fazer perguntas. Percebi – para minha grande surpresa – que com este exercício estava ganhando a chance de me conhecer melhor.

E como estas reflexões têm transformado positivamente a forma com que me enxergo e como lido com o mundo, decidi compartilhá-las com você.

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Em que momento eu estou?

Num domingo cedinho, correndo por Ubatuba passei por um muro grafitado. Nele, havia uma frase: “você não é, apenas está sendo”. E ela me impactou profundamente.

Ao refletir sobre ela ao longo da corrida, comecei a analisar minha vida. Eu não sou, mas estou sendo. E vi uma certa verdade nisso.

Ao manter o hábito de usar o verbo “eu sou” para me descrever, crio uma personalidade engessada, que não tem possibilidade de se transformar.

Quando digo “eu sou ansiosa”, por exemplo, parece que sempre fui e sempre serei desta forma. E isso não é necessariamente verdade.

Mas, ao mudar a frase e afirmar que estou ansiosa hoje, tenho a sensação de que esta característica reflete quem sou hoje. Pode ser que amanhã ela mude. Afinal, mudar faz parte da vida.

Ao me rotular com características, gostos, práticas e manias – dizendo para mim mesma que sou bagunceira, preguiçosa e compulsiva – me prendo a uma personalidade sem possibilidade de evolução.

Por outro lado, se penso que estou num momento no qual estou agindo de forma desorganizada, preguiçosa e compulsiva, vejo que há espaço para me desassociar de características que não quero mais ter.

Esta frase do muro me trouxe o hábito de me perguntar: em que momento estou?

Ao pensar sobre a resposta, ganho a oportunidade de me libertar de crenças sobre mim, me desprendendo de um peso, e de buscar mudar o que me incomoda na minha atual versão.

E você? Em que momento está?

O que me faz bem?

Convenhamos, nem tudo que faz bem para gente é gostoso e prazeroso.

Eu passei muitos anos não percebendo que existe uma grande diferença entre o que eu gosto, o que eu quero e o que me faz bem.

Gostar mesmo eu gosto de chocolate. Querer? Ah, quero comer chocolate como se não houvesse amanhã.

Mas a questão é que o dia seguinte existe sim (ainda bem, um novo ciclo começa). E tudo que faço hoje impacta diretamente no meu amanhã.

Um dia desses, devorei uma barra de chocolate e, não satisfeita, por impulso ainda comi um pote de sorvete. No dia seguinte, acordei com culpa pelo excesso desnecessário.

Carregando esse peso na mente, segui minha rotina matinal e fui correr. Estava em Vila Velha, no Espírito Santo. No meio do caminho, vi o sol nascendo no mar – algo que considero um espetáculo da vida.

Aquela cena me fez pensar no que realmente me faz bem. E percebi que não é o chocolate em excesso. É acordar bem disposta para fazer meu exercício, sem o arrependimento de ter comido mais do que o essencial.

Me questionar sobre o que me é benéfico me fez ver que nem sempre o que eu gosto e quero ter impacto positivo sobre quem quero ser.

Passei então a me questionar nas decisões que tomo: isso vai me fazer bem?

Reflita: você prioriza o que te faz bem ou somente faz o que gosta e quer?

Como posso ser minha melhor versão hoje?

Especialmente em dias que nada parece dar certo e a sensação é de que tudo e todos estão jogando contra mim, passei a fazer uma reflexão simples e otimista.

Me pergunto: o que, do que eu estou fazendo ou quero, depende somente de mim?

Quando entendo a resposta, penso: estou dando meu melhor hoje para alcançar meu objetivo?

Se a resposta é “não”, penso nas possíveis atitudes, ações e formas diferentes de enxergar a situação para que eu possa, sim, dar o meu melhor. E se a resposta for “sim”, entendo que estou fazendo tudo ao meu alcance.

Fazer este exercício me ensinou a focar no que está ao meu alcance e deixar de terceirizar e (ou) colocar no outro a culpa pelos meus problemas ou frustrações.

Pensando assim, volto a ter protagonismo consciente da minha própria vida.
E afirmo mentalmente: hoje quero ser a melhor versão de mim mesma.

Como disse a escritora russa Helena Blavatsky “aquele que faz o seu melhor, faz tudo o que se pode esperar dele.”

Pelo que eu sou grata?

Já abordei em outro texto o meu desgosto pela palavra “gratidão”.

Mas, isso não significa que não passe vários minutos do meu dia valorizando as pequenas coisas que me fazem sorrir. Esse hábito tem o poder de transformar completamente a maneira como enxergo a vida.

Uso minha rotina matinal de exercícios para focar no que há de bom.

Se saio para correr, dedico este momento para listar todos os motivos que me fazem ser grata naquele dia. Na ioga ou qualquer outra atividade, uso os minutos finais para refletir sobre meus privilégios. Se não consegui me mexer após despertar, aproveito o momento do café para essa mentalização.

Começo pensando: “obrigada por…”. E quando percebo, já estou há um bom tempo agradecendo e a lista não acaba nunca.

É uma atitude simples, fácil e acessível. Não depende de ninguém além de mim para acontecer. E tem um impacto imediato em como me sinto.

Pensar em todas as coisas boas que tenho faz com que os inúmeros desafios, dores e problemas acontecendo no meu mundo percam força, chegando a desaparecer. Assim, abro espaço para o contentamento e para uma visão voltada para abundância.

Já parou para pensar no que há de bom no seu dia?

Compartilhe o hábito de se (re)descobrir

Estamos em transformação o tempo todo e é preciso praticar o hábito de nos dar tempo para entender as nossas próprias mudanças.

Essas pequenas reflexões, sejam feitas aos domingo, pela manhã, numa caminhada ou mesmo num dia de trânsito, podem te inspirar a ter honestas conversas sua com você, sem julgamentos e sem esperar o início de um novo ano para acontecer.

E, se o exercício de se questionar também trouxer impacto positivo para sua vida, por que não compartilhar este texto com mais alguém?

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Diana Boccara compartilha mais sobre viver com menos em seu livro “Mínimo Essencial“. Há quase uma décda vive na estrada com seu par de malas, acompanhada pelo seu marido Leo Longo, com quem divide seus dias e o trabalho no duo Couple of Things. Filmmaker e minimalista, vive pelo mundo filmando séries como “What If Collab” (disponível no Amazon Prime Video), ABITAH e “A Volta Ao Mundo em 80 Videoclipes” (ambas disponíveis na Globoplay). Suas histórias já foram contadas nos palcos do TEDx e SXSW. No Instagram, o casal divide um pouco mais dos bastidores de uma vida itinerante. E aqui na Vida Simples, eles compartilham aprendizados que uma vida com menos excesso lhes trouxe.

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