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Autoamor é o ingrediente da revolução do viver
De'Andre Bush/Unsplash
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Eu era uma garota insatisfeita com o próprio corpo. Detestava as minhas pernas finas, o meu cabelo armado e aquele aparelho nos dentes.

Por isso, mal sorria nas fotos, alisava os fios e fazia dietas de engorda, sonhan­do com o dia em que eu não fosse tão magra – e feia.

Acho que passei a adolescência inteira odiando quem eu era. Foi só no começo da vida adulta que pude ficar feliz com o que o espelho refletia, apreciando o meu bio­tipo magricelo, o sorriso imperfeito e os cabelos ondu­lados.

Estar finalmente satisfeita com a minha imagem, para mim, significou um grande gesto de amor-próprio. Mas depois, ao longo dos anos – e de muitas sessões de terapia –, percebi o quanto eu ainda era cruel comigo mesma.

O quanto ainda detestava partes do meu jeito de ser e o quanto eu não conseguia valorizar minhas qualidades. Exigia de mim sempre mais, mas nunca me parabenizava de verdade.

Nem de longe eu me tratava com amor, acolhendo as minhas imperfeições e quem eu era capaz de ser. Nos últimos tempos, a vida me pre­senteou com mais um aprendizado sobre amor-próprio, que venho tentando incorporar aos poucos.

Dar limites para o autoamor surgir

Reconhecer as minhas necessidades inegociáveis e aprender a dar limites – para a minha relação com o outro, com o traba­lho e até comigo mesma.

E como posso me amar se não sou capaz de cuidar do meu corpo em suas necessidades básicas de descanso, alimentação e hidratação, pausa e movimento?

Hoje, desacelerar, criar espaços para o que nutre a minha alma e me sentir merecedora de tempo para desfrutar a vida tem sido uma prática valiosa de autoamor.

No começo soa estranho, porque não somos naturalmente instruídos a nos amar, a nos preservar e a cultivar o que nos faz bem. Mas a gente avança a cada dia.

Afinal, são nas pequenas ações diárias que as grandes transformações podem acontecer. Que o autoamor seja, em nós, uma verdadeira revolução do viver.

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Conteúdo publicado originalmente na Edição 265 da Vida Simples

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