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Agir com constância é a chave para transformar a realidade
Glen Carrie / Unsplash
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Ser um atleta de alto nível exige superar os próprios limites a quase todo instante. Quanto antes entender isso, melhores as suas chances.

Comigo não foi diferente. Em 2007, quando eu tinha 15 anos, o “campo 3”, onde a gente treinava, era na verdade um descampado de terra verme­lha batida.

A poeira que a gente levantava era a única sombra possível, e a areia gru­dada pelo suor do corpo, a única proteção para o sol das três da tarde.

Eu ainda era um garoto no América-MG, em Belo Horizonte, onde estava desde os 13 anos, sem receber um tostão furado. Mas um momento específico foi crucial para que eu chegasse tão longe na carreira.

Os resultados da equipe juvenil desapon­tavam, minha influência era baixa, e eu ocupava lugar de coadjuvante. Nas poucas oportunidades de competições que sur­giam, eu não era escolhido para jogar.

Uma realidade desanimadora. Treina­dores provisórios, planos provisórios, até água e comida provisórias. Pelas dificulda­des financeiras do clube, a padaria às vezes não entregava pão para o café da manhã.

Ou cortavam a água e tínhamos de tomar banho na mangueira que irrigava o campo. Se era essa a realidade que se apresentava, não era ela que determinaria o meu fim.

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Durante essas séries de treinos, terminei a primeira como quase sempre, entre os últimos e reclamando. Naquele um minuto de intervalo para a próxima, eu tomei uma decisão: cansei de ser só mais um que completava os treinos.

Queria mais. Que­ria muito mais. Foi então que eu parti na frente de todos, sem saber até quando ou quanto aguentaria. Eu fui. Só fui.

Agrade­cendo a Deus cada série terminada e pe­dindo forças para a seguinte. Naquele dia, surpreendi a todos e a mim mesmo. Segui assim durante todo aquele período. Treinava de barriga vazia, impressionava e não desistia.

Aquela realidade provisória já não existia. Eu iria criar a minha.

Chegava o momento de decidir quem fi­caria e quem seria dispensado. Mas a mi­nha trajetória eu já tinha decidido naquela tarde.

Virei titular da equipe e continuei crescendo. Adiante, assinei meu primeiro contrato profissional, ganhando um salá­rio-mínimo, com o qual ajudaria em casa.

Era, talvez, o início de uma jornada de su­cesso para quem assistia de fora, de longe, mas ela tinha começado bem antes. Dentro de mim. Quando deixei a realidade provi­sória de lado e criei a minha própria.

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Conteúdo publicado originalmente na Edição 263 da Vida Simples

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