A arte de pegar carona
Lu Gastal tem um talento nato para caronas. Agora, ela está em Madrid e quem nos levará para viajar é ela. Topa pegar uma carona?
Sou da estrada e não faço segredo, viajar me encanta. Integra a lista das coisas preciosas da vida, seja para longe ou para perto. Dá trabalho (logicamente), demanda organização (tempo, grana, roteiro, escolhas), mas alimenta a alma antes, durante e depois, partindo do fato de que qualquer caminho se inicia já no planejamento.
Gosto das esperas. Para mim, esse é um momento precioso de sonhar, de imaginar o inimaginável. Aí, entra o quesito surpresa e sugiro sempre a mim mesma não criar expectativas, alternativa que encanta ainda mais qualquer novidade a ser vivida pelo caminho.
Hora de arrumar a bagagem
Gosto de organizar uma mala em que o básico prevaleça ao desnecessário, até porque garimpeira que se preze precisa de espaços vazios na bagagem! Gosto de sair de casa com o coração aberto às novidades e com a tranquilidade de voltar em breve.
Parafraseando a amiga e jornalista, Fernanda Pandolfi: “ir é bem mais interessante quando voltar faz sentido”.
Ao sair de casa, vejo um leque indescritível de detalhes, das culturas e hábitos à diversa intensidade das luzes em um mesmo lugar. Confesso a você, querido leitor: minúcias infinitas são fisgadas pelo meu olhar.
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Talento para caronas
Mas nem sempre embarco num avião, ônibus ou carro. Simplesmente pego carona! Posso afirmar, aliás, que tenho o dom de pegar caronas por lugares onde nunca pisei.
Sou boa nisso: a qualquer hora e dia da semana de onde estiver, curto atentamente os caminhos e, muitas vezes, sem sequer sair das paredes de casa, viajo com amigos e desconhecidos, desde que tenham a gentileza de comigo compartilhar seus caminhos.
Embora meu passaporte ainda disponha de muitas folhas no aguardo de carimbos, já viajei pelos quatro cantos desse mundão lindo.
Na maioria dessas viagens não dispus de tempo e/ou dinheiro para lá estar, por isso, peguei carona na mochila de alguém que foi e, exatamente dessa maneira, senti instantes de alegria e prazer com pitadas de imaginação.
¡Hola, Madrid!
Depois de 3 anos sem viajar para longe de casa, hoje escrevo de Madrid, onde participo de um evento e, na sequência, dedicarei dias a olhar e a viver o desconhecido.
Existe grande possibilidade de fazer bolhas nos pés, nada que alguns curativos não resolvam. E, daqui, convido você a viajar comigo. É só chegar! A mochila é suficiente para dividirmos essa estrada! Ah… Se você quiser, pode até sentar na janelinha, pois prefiro o corredor!
Despeço-me com a frase de Cora Coralina: “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher“.
Beijos meus!
PARA CONTINUAR COM A LU: Quando o corpo pede aquela pausa
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