“Uma casa é viva, então ela não vai se manter intacta”, declara a personal organizer Joseane Lima. A frase ilustra a normalidade de ter coisas fora do lugar, um reflexo das dinâmicas próprias de quem vive em um lar.
Mas o estado de organização de uma casa pode indicar muito mais do que o movimento natural daquele lugar. É nele também que se encontra a solução para trazer mais paz e bem-estar para o dia a dia.
“Uma casa bagunçada pode refletir um estado emocional tumultuado ou estressante. Casas em estado de abandono, por exemplo, podem ser um sinal de que o proprietário está enfrentando problemas emocionais, como depressão, passando por uma fase de luto ou por crises de ansiedade”, exemplifica a psicóloga Ana Claudia Polezel.
Nesse sentido, ela explica também que casa e emocional estabelecem uma via de mão dupla. “É como se fosse um ciclo: da mesma forma que o nosso ambiente é um reflexo daquilo que estamos vivendo emocionalmente, estar em um ambiente bagunçado e desorganizado também vai influenciar no nosso emocional.”
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Os efeitos de um lar organizado
A psicóloga indica que, portanto, uma casa organizada traz efeitos positivos. “Um ambiente tranquilo e acolhedor vai promover a redução do estresse. Ele pode facilitar a concentração e o foco na execução das atividades diárias, diminuindo aquele sentimento de frustração.”
Para além desses efeitos, Ana Claudia afirma que o bem-estar por ter um lar organizado pode se manifestar de outras formas. Sensação de eficiência e produtividade, melhoria da qualidade do sono, e estímulo à criatividade e à inovação, são alguns exemplos.
Florence Bezerra, também personal organizer e dupla de Joseane Lima na Lar Organizar, faz coro a respeito dos benefícios de ter um lar organizado. “Qualquer ambiente da sua casa, por mais simples, pode trazer praticidade para a rotina do dia a dia, economia de tempo e o aconchego do lar.”
Como fazer a organização da casa
O primeiro ponto é entender que a organização não é algo que vai acontecer da mesma forma para todos. “Ela não precisa ser perfeita, cada pessoa deve encontrar o nível de organização que funciona melhor para ela. O que funciona para mim pode não funcionar para você”, explica Ana Claudia.
Além disso, como foi dito, a casa é viva, então ela não vai estar organizada sempre e isso não é um problema por si só. A dupla de personal organizers pontua que o importante é ter uma rotina, respeitar seu tempo, sua realidade, começar devagar e deixar na casa apenas o que faz sentido para você.
Dicas para organizar sua casa
- Respeite o tempo: é importante que se respeite o tempo de cada um. Isso vale principalmente quando você mora em uma casa onde há mais pessoas envolvidas na organização e limpeza. Para que as práticas sejam estabelecidas e respeitadas, o tempo de adaptação das pessoas deve ser considerado.
- Estabeleça uma rotina: programar as atividades de organização pode ajudar a manter a ordem, além de dar uma ideia clara do que fazer e quando. Para isso, você pode estabelecer ações diárias, semanais, quinzenais e mensais para a manutenção do seu lar. Um exemplo é lavar a roupa semanalmente ou arrumar os armários da cozinha todo mês.
- Adeque a organização à realidade: cada casa é única, assim como cada família. Desse modo, as necessidades, recursos e realidade de cada lar vão ser diferentes. Por isso, a organização tem que ser funcional e atender ao que a família e a casa demandam.
- Comece devagar: na hora de começar a arrumar, não tire tudo do lugar, vá aos poucos e por etapas. Não retire todas as roupas do armário, comece por uma gaveta, por exemplo. Isso ajuda a diminuir as chances de falha na organização e reduz sentimentos de ansiedade. A dupla aconselha também a terminar um cômodo antes de começar o próximo.
- Deixe na casa apenas o que faz sentido para você: não guarde ou acumule coisas que você não usa mais. Deixe na sua casa apenas aquilo que faz parte da sua vida e que traga boas lembranças. Doar é uma ótima destinação para os objetos e roupas que não fazem mais parte da sua vida, mas que ainda podem ser aproveitados por outras pessoas. “Quando você não usa um item e doa, você está pegando aquela peça e transformando em amor, está fazendo uma pessoa feliz”, diz Florence.
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