Minimalismo: hábitos simples e criativos para o seu dia a dia
O minimalismo não tem a ver somente com coisas; a vida pessoal e o trabalho também podem se beneficiar com hábitos para otimizar o dia.
O cotidiano é cada vez mais acelerado, repleto de estímulos, atividades e informações. Os dias atuais são tão cheios que ganhamos até um novo nome: “infodemia“. O termo se refere à produção, consumo e distribuição de notícias e conteúdos informativos, potencializados pelas redes sociais. Como solução, movimentos inspirados no minimalismo apontam saídas caminhos mais saudáveis e seguros para uma vida plena e com sentido.
Uma das sugestões é começar pela estratégia comum e bastante adotada conhecida como ‘detox’ digital. Se distanciar por um período das redes sociais, reduzir o ritmo da vida – se possível – e focar nos momentos e pessoas próximas a você. “Assim como selecionamos cuidadosamente o que colocamos em nossos corpos, é fundamental fazer o mesmo com as informações que consumimos”, explica Alexandre Chahoud, autor do perfil de Instagram @seja.minimalista.
Estratégias minimalistas para uma vida com mais sentido
Demandar sentido à vida por meio de bens materiais pode, a longo prazo, gerar mais ônus do que bônus. A abundância de coisas ou a necessidade de comprar constantemente pode revelar uma sobrecarga material e emocional. Por isso, reduzir o número de objetos e permanecer com aquilo que possui significado e utilidade é um caminho mais relevante.
Isso é, inclusive, o princípio básico do minimalismo. “O ato de reduzir a quantidade de recursos para otimizar – às vezes até melhorar – a performance e os resultados em tudo o que se decide fazer”, explica o casal Couple of Things, formado por Diana Boccara e Leo Longo, colunistas da Vida Simples.
Autores do livro Mínimo Essencial, a dupla explica que a “chave” para ter êxito é selecionar aquilo imprescindível à sua identidade. Cada pessoa possui uma personalidade diferente, interesses e objetivos de vida específicos. Por isso, encontre aquilo que te define e faz parte de quem você é. “Ter interesse por si mesmo para descobrir o que é fundamental e imprescindível pra você e para seus processos”, afirmam. Para o duo de documentaristas, alguns hábitos minimalistas fáceis de serem aplicados são:
- Saber escolher bens e produtos mais duráveis;
- Reduzir a quantidade do que se compra: você pode estabelecer metas quanto a limites de valores ou objetos;
- Abandonar a aquisição de itens ou bens supérfluos. É muito tentador os lançamentos do mercado de produtos tecnológicos e que vão resolver a nossa vida. Cabe se perguntar se isso é necessário para você;
- Compre roupas de bazar e adote o upcycling (reutilização).
Minimalismo no trabalho
Para o escritor e produtor de conteúdo Alexandre Chahoud, uma das atividades que ajudam a reduzir a pressa é separar momentos específicos do dia para a leitura de e-mails e acessar as redes sociais. Isso evita com que estejamos sempre de olho no feed ou atualizando a caixa de e-mail constantemente. “Limitar o tempo de tela e definir prioridades claras para o que merece nossa atenção são passos cruciais”, enfatiza.
Por isso, uma dica importante é filtrar o que faz sentido para você. Há milhares de influenciadores, produtos de beleza, propagandas, conteúdos criativos, dinâmicos, vídeos e notícias. Ao estabelecer o que entra de fato no dia a dia, nos prevenimos de evitar a sobrecarga.
A prática do minimalismo vai além de um simples lista de organização dos itens da casa. É uma filosofia de vida que exige uma mudança de mentalidade e compreensão do mundo com outros olhares. “Quando integrada de maneira abrangente, pode ser um poderoso agente de mudança em prol da sustentabilidade ambiental”, explica Alexandre Chahoud.
Dessa forma, desenvolvemos um olhar mais apurado sobre o que vale a pena comprar e o que verdadeiramente é indispensável. “Ao optarmos por um estilo de vida minimalista, não apenas simplificamos nosso cotidiano, mas também reduzimos a demanda por novos produtos”, diz o escritor. No ambiente de trabalho, o especialista explica que pequenas atitudes são úteis para otimizar o espaço, começando pela própria organização do espaço.
- Reduzindo itens desnecessários e buscando formas inteligentes de armazenamento;
- Mantendo o espaço limpo e organizado para transmitir uma sensação de paz e tranquilidade;
- É importante também priorizar tarefas com foco no que realmente importa;
- Adotar uma comunicação clara e direta, evitando e-mails longos;
- Organizar arquivos de maneira lógica e ter um espaço de trabalho virtual eficiente.
Inspire outras pessoas com o minimalismo
Gilbertto Giba é PhD em Direito, mentor, palestrante e autor do livro Dê o que der, faça. Para o escritor, o minimalismo é um espaço de respiro em meio ao mundo capitalista rápido e desenfreado. “Mas é preciso que estejamos abertos a isso. Então, para incorporar o minimalismo à nossa rotina, uma mudança de mindset é primordial“, explica. Isso significa, segundo o autor, que fazemos parte de um todo e pequenas atitudes diárias podem inspirar e mostrar que outros modos de vida são possíveis.
Por isso, o especialista destaca alguns caminhos para tornar a simplicidade mais constante na vida.
- Defina os objetivos do dia: “Trata-se de estabelecer qual é o seu propósito ou o que contribui para alcançá-lo. Isso te permitirá ampliar a produtividade e ter uma abordagem mais focada naquilo que é necessário a se fazer em sua rotina”, frisa o autor. Para isso, é necessário estabelecer metas factíveis e possíveis.
- Tenha disciplina para cumprir o que precisa ser feito: Sem isso, nada será posto em prática com qualidade, o que nos leva à procrastinação.
- Seja um agente de transformação: Nem todas as pessoas possuem um conhecimento sobre o minimalismo ou o consideram importante. “Por isso, uma alternativa é criar encontros na sua comunidade, presencial ou on-line, onde você irá exemplificar, dentro da sua realidade, o que é possível para ter uma vida minimalista e quais serão os ganhos”, diz Gilbertto Giba.
- Crie um mantra: “Toda vez que o impulso de comprar vier, pergunte-se: será que eu preciso disso?. Se o cérebro insistir que SIM, pergunte-se em seguida: ‘Por quê?’ e ‘Para que preciso?'”, diz o escritor. Além disso, baseio suas compras na qualidade e não na quantidade.
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