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Que tal uma pausa para o fazer manual?
Vladimir Proskurovskiy | Unsplash
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Em tempos modernos, o fazer a mão preenche as lacunas da vida digital e desperta autênticas sensações. Basta fechar os olhos para sentir o aroma do bolo pela casa ou escutar o ritmo singular do pedal da máquina de costura. E aquela vontade de comer bolinho de chuva, mesmo em tardes caseiras ensolaradas?

Ok,  sabemos que hoje está tudo diferente… Deu vontade de comer bolinho de chuva? Corre na padaria da esquina, porque lá tem. Mas atenção: mesmo curtindo a velocidade desses avanços, somos convictos de que alguns rituais – nem tão distantes – eram muito gostosos, e sentimos uma vontade forte de retomar hábitos quase esquecidos.

Será receio de sermos rotulados de “não modernos”? Por que não aliar o tecnológico ao manual, e dar um refresco no agito do dia a dia?

Entre constantes sons do despertador, buzinas, trânsito, aviso de mensagens, o relógio vai girando, o café esfriando, a agenda lotando e a semana correndo.

Vivemos uma verdadeira maratona com o calendário. Momentos guiados pelo imediatismo, pelas urgências. Em meio a esse ritmo frenético, uma fresta de pausa.

Nessa costura de movimentos, há um caminho aliando o tecnológico com o manual, que traz calma, refresca a alma, aquele as boas memórias. Que tal retomar algum hábito feito a mão que fez parte da sua história? Esqueceu como colocar pontos na agulha de tricô? Não tem certeza se a receita do bolo de chocolate leva fermento? Chega de desculpas. A tecnologia está aí pra nos auxiliar nesses momentos;  há tutoriais de tudo e um pouco mais do que podemos imaginar.

A realidade é que há um forte vínculo entre passado e presente. Existem diversos movimentos atentos a esses resgates, como o slow food, o mindfulness, o slow fashion, confort clothes, manifesto hygge.  A verdade é que estamos em busca de simples e boas coisas da vida, como sentar ao redor de uma mesa, e com o tempo, calma e amigos, saborear o que de melhor uma refeição pode nos proporcionar.

Atualmente discutimos o consumo, buscamos hábitos minimalistas,  nos permitimos misturar o que há de diferente e essa talvez seja a melhor herança que tenhamos do século passado.

O mundo vive um momento crítico, queremos pausas para quebrar regras e encontrar novas (ou velhas) alternativas. Por que não retroceder algumas casas do jogo da vida e aliar o tecnológico, ao manual e afetivo?

O equilíbrio é possível e faz bem.

Lu Gastal trocou o mundo das formalidades pelo das manualidades. Advogada por formação, artesã por convicção. É autora do livro “Relicário de afetos” e participa de palestras por todos os cantos. Desde que escolheu tecer seus sonhos e compartilhar suas ideias criativas, não parou mais de colorir o mundo ao seu redor. Seu instagram é @lugastal.

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