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Brasileiros pelo Mundo: dores e delícias de viver em outro país
Andrew_Stutesman | Unsplash
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Pode ser a realização de um sonho, uma aventura ou um planejamento de anos. Pode ser definitivo ou temporário. Mas a decisão de deixar o país onde nascemos nunca é fácil. “Brasileiros pelo mundo” mostra a mudança, a rotina e as saudades de quem resolveu sair do país.

brasileiros pelo mundo

Pode ser fácil fazer as malas, comprar uma passagem e seguir rumo a um outro país. Mas, muitas vezes, o que não é nada fácil, nem simples, é aceitar a nova realidade e as mazelas do recomeço em um lugar que não conhecemos e onde não nos reconhecemos. A seção “Brasileiros pelo mundo” envolve os três pilares da Vida Simples: Ser, Conviver, Transformar e mostra o dia a dia daqueles que deixaram uma vida aqui e foram em busca de experiências e significado existencial em outro país.

O primeiro pilar é o  Ser, quando vem a decisão de se permitir uma mudança total de cultura, de idioma. Depois, o Conviver, que é aprender a lidar com cultura e costumes diferentes. Finalmente, temos o pilar Transformação, que é o que essa experiência proporciona.

Ser: a decisão de assumir o risco

Uma workaholic assumida, a nutricionista Mari Poletto foi para Bali para ficar apenas alguns meses e descansar a cabeça. Mas, no fundo, ela já sabia que não queria, nem iria voltar para a vida exaustiva e frenética de São Paulo.

Foi assim também com Horácio Coutinho. Prestes a fazer 40 anos, depois de encerrar um ciclo difícil na vida profissional, ele decidiu que precisava de seis meses de pausa. “Era para ser uma espécie de período sabático. Eu queria esse tempo para cumprir algumas resoluções pessoais, fazer os ajustes necessários no rumo da minha vida e acalmar o corpo. Mas, tudo isso de uma forma que eu também pudesse aproveitar”, conta.

Menos de um mês depois, Horácio embarcava para os Estados Unidos com uma mochila, uma prancha, um skate e uma lista de objetivos. Isso foi em 2017. O sabático virou um verão que não termina nunca.

Conviver: aprendendo a respeitar as diferenças

Além de idiomas, os brasileiros pelo mundo aprendem a conviver com as ausências. Perdem referências, mas acabam por encontrarem a si mesmos. Mari diz como é viver imersa em uma cultura totalmente diferente. “Tem sido um constante aprendizado transitar entre hindus e muçulmanos. Ouvindo e tentando aprender um idioma que não se assemelha a absolutamente nada do que conhecemos. São inúmeros aprendizados que se desenrolam num dia comum”, revela.

Letícia Diethelm se mudou de Brasília para um vilarejo alemão com apenas 4 mil habitantes para se reconectar com si mesma. “Lá eu não tive escolha: minha nova versão tinha que nascer”, comenta. Das saudades que deixou no Brasil, Letícia, que hoje mora em Viena, sente falta de cumprimentar com dois beijinhos e um abraço, como fazia em Brasília.

Transformar: quando fica claro que valeu a pena

Assim como ela, a Luana Fonseca sente falta dos afetos que ficaram no Brasil. “Mas, como praticamente tudo na vida, nossas aventuras e escolhas tem pontos positivos e outros não tão bons assim”, diz Luana, que mora atualmente na Tailândia e ama a simplicidade da vida por lá. “Mas, como praticamente tudo na vida, nossas aventuras e escolhas tem pontos positivos e outros não tão bons assim”, revela.

De fato, é preciso ponderar e colocar os prós e contras na balança e entender se está disposto a encarar o ônus que vem com o bônus de uma nova vida. Mari Poletto explica que vale a pena. “Vamos aprendendo a lidar com a saudade, com as diferenças, a respeitar o que não entendemos. Inclusive, no sentido literal”, diz. “Sem dúvida minha maior saudade são as pessoas. Saber que elas estão tão longe faz um buraco dentro de mim. Mas, para mim, tem valido a pena. Estar em Bali faz eu me sentir viva todos os dias”, completa.

“Brasileiros pelo mundo” nos ensina muito. Nos mostra que vale a pena correr atrás dos nossos sonhos, que é possível desacelerar e buscar sentido no simples da vida.

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