Entre as curvas do viver, recomeçar é tarefa constante
Histórico de traumas ou autossabotagem? Não importa: muitas vezes, é melhor encarar os medos na prática do que buscar justificativas para determinados comportamentos que queremos evitar
Numa fração de segundos, o carro saiu da via e estava à beira do rio, salvo apenas por uma rocha, que conteve a queda. Foi tudo muito rápido.
Os detalhes daquele acidente estão desbotados pelo tempo – já se passaram mais de 30 anos. Naquele dia, eu era uma menina, que saiu do veículo ilesa e talvez um pouco assustada. Não me lembro.
Alguns anos mais tarde, na adolescência, outro acidente de carro: meu irmão, mais velho, quis me ensinar a dirigir e, na primeira curva, bati o automóvel dele no poste da esquina de casa (onde é que a gente estava com a cabeça para achar aquela uma boa ideia?).
Bem, quando a maioridade chegou, nem passou pelo meu desejo tirar uma carteira de habilitação. E quando, finalmente, decidi que queria, achei que seria um grande desastre. Mas tudo correu bem e eu passei na prova do Detran sem sobressaltos.
Dirigi por algum tempo, mas por tempo insuficiente para, de fato, me sentir uma motorista. E mais alguns anos se passaram com a CNH na gaveta.
Sempre haverão primeiros passos
Até que, por insistência do meu companheiro, lá fui eu para o volante, recomeçar outra vez. Honestamente, eu não sei qual o real impacto daqueles eventos sobre o meu não desejo de dirigir.
Mas, enquanto lia a matéria de capa deste mês, me dei conta de que, antes de tudo, eu precisava reconhecer e aceitar que, sim, eu tenho medo.
Que eu não me sinto capaz de guiar. Que eu não quero fracassar e, por isso, não começo. Que eu adoraria dirigir, assim como fazem muitas amigas e mulheres da minha família.
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Pois é integrando as nossas partes não tão bonitas que a gente pode ver, também, o nosso potencial. O que está na sombra. O que ainda não foi revelado.
É deixar a autossabotagem de lado e, com humildade, se permitir. Seja o que for. Não sei se um dia eu virarei uma exímia motorista. Mas agora estou mais pronta – e em boa companhia – para tentar outra vez.
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Conteúdo publicado originalmente na edição 273 da Vida Simples
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