Que você possa respeitar mais os seus desejos
Na carta ao leitor da edição 266 de Vida Simples, Débora Zanelato fala sobre a benção de focar nos desejos e se acercar de quem enxerga o que temos de melhor
Primeiro dia de aula da faculdade de jornalismo. O professor, um jornalista de prestígio no mundo da comunicação, se apresenta e quer conhecer quem são aqueles alunos recém-aprovados em um vestibular tão concorrido.
Ele pergunta: “de qual escola vocês vieram?”. A princípio, sua indagação me soa um tanto sem motivo, mas sua reação me dá pistas de algo que eu viria a me dar conta depois.
Ao final daquela pesquisa rápida, dos 50 alunos, 48 eram de colégios particulares de São Paulo e outros estados, escolas de renome que eu sequer conhecia.
Eu, cuja vida estudantil se deu em escolas públicas de bairros periféricos, percebo que faço parte de uma estatística adversa. E enfim me encolho diante do que parece ser a nata dos estudantes paulistas.
“Será que sou digna de estar aqui? Será que posso realizar este sonho?”, me questiono. Essa cena, já tão desbotada pelo tempo, ganhou vida na minha memória quando a matéria de capa deste mês foi escolhida. Desejar mais.
Permitir-se querer aquilo que nosso ser anseia, enquanto cuidamos amorosamente dos nossos medos, culpas e crenças de que não somos merecedores.
O que fazer para reacender seus desejos
Lembrei-me daquela universitária que sentiu não ter o direito de estar ali. E então, de quantas vezes essa falta de autorização própria assombrou outros sonhos importantes da minha vida. Será que da sua também?
Acho que um bom antídoto é ter gente por perto que enxerga o que temos de melhor – e nos ajuda a valorizar e reconhecer o potencial que nos habita.
É, portanto, quase como uma bênção que recebemos e que podemos ofertar. “Quando uma pessoa vive de verdade, todos os outros também vivem”, escreveu Clarissa Pinkola Estés em A Ciranda das Mulheres Sábias.
Por isso, essa edição de Vida Simples, de abril de 2024, está carregada dessas pequenas bênçãos: para que, em sua jornada, você possa se orgulhar de onde pisou.
E vislumbrar uma estrada pavimentada pelo seu real desejo.
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Conteúdo publicado originalmente na Edição 266 da Vida Simples
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