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Qual a natureza dos seus desejos?
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Mais importante do que realizar os desejos de fim de ano é saber o que motiva você a querer tanto uma mudança, uma novidade, um crescimento, uma realização

Daí chega dezembro e todos os comportamentos e sensações que o final de um ciclo e o começo de outro despertam. Cada um sente de uma maneira, mas há o que é coletivo: a vontade de reavaliar o que se viveu e de planejar o futuro, listando desejos a serem realizados. Os desejos ditam os nossos scripts pessoais, nos motivam e nos colocam em movimento. Saciam nossas necessidades, honram nossos valores. Nossa evolução ou estagnação são resultados da realização ou da não realização do que desejamos. Dito isso, deixo claro que realizar um desejo é sim uma grande vitória. Se segue a verdade de quem o deseja.

É que hoje, em meio a tantas projeções e comparações, há quem deseje o que é do outro. E nem se dá conta disso. Dou exemplos: quantos dos seus desejos são realmente seus e farão a diferença na vida que você acredita? Quantos são mimetizações de desejos vistos por aí, nas mídias sociais, nos blogs, naquela história que você ouviu?

Agradar outras pessoas?

Pode parecer estranho, mas tenho visto cada vez mais esse tipo de confusão nesses tempos de likes, de performance, de comparações, reprodução de comportamentos e ideias alheias. Nesse limbo, com o olhar no futuro e vidas aceleradas, é fácil entrar no automático e desejar o que vem de fora e se distanciar do que vem de dentro.

Quero deixar claro que não existe o certo ou errado. Mas para uma vida consciente e escrita por você, é essencial saber qual é a natureza por trás dos seus desejos. E para isso é preciso questionar. O que a motiva de verdade? Quer saciar o seu ego, ou seja, ser reconhecida e se sentir especial? Agradar os outros para ser amada? Performar e ter sucesso para garantir valor e status? Ou atender à sua alma, seguir o seu propósito, oferecer o seu melhor ao mundo e experimentar o amor através de relações e conexões verdadeiras?

O que realmente importa?

O que importa mais para você: o resultado ou a jornada? A perfeição ou a experiência? A quantidade ou a troca verdadeira? Os likes ou a fidelidade à sua autenticidade?

Eu tenho pensado e questionado muito tudo isso, a experiência de viver e seu sentido. O questionamento me traz dúvida, requer desapego de verdades, julgamentos e percepções que até então faziam parte do meu livro de verdades. Confesso que nesse caminhar, muitas vezes, sucumbo a um estado interno caótico e ansioso, mas sem o questionar existiria apenas a complacência. E essa eu não quero.

Por isso, convido você a questionar também. A desconstruir, a decupar os seus desejos. Sugiro um exercício para, então, seguir na realização apenas do que fizer sentido real e profundo para você. Nesse caminho do autoconhecimento, de investigações e experimentos, é possível que você cresça e expanda a sua consciência, descubra novos desejos. Os que são realmente seus, genuínos e alinhados com o seu coração.

Saiba que é possível viver assim, com verdade, coragem de se olhar para validar sua autenticidade, se libertar da ideia de que tem que agradar os outros, e da necessidade de adequação. É possível manter seu propósito na frente do seu ego e ter espaço e tempo para ser, sentir e desfrutar.

Em resumo: desejo que 2020 seja o melhor ano de sua vida, repleto de conquistas alinhadas com a sua alma! Mas desejo também que o caminho seja trilhado de forma leve e divertida, pois a jornada é tão próspera e gratificante quanto o ponto de chegada.

Ana Raia trabalha há mais de 15 anos com desenvolvimento humano. Ministra cursos particulares e coletivos, palestras e workshops. É estudiosa das ciências humanas e é tão humana quanto você. Seu instagram é @anaraia. Escreve neste espaço mensalmente, na terceira terça-feira do mês.

A vida pode ser simples, comece hoje mesmo a viver a sua.

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