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O papel da memória no processo de autoconhecimento
Robert Linder
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Nossa querida editora-chefe, a jornalista Débora Zanelato, me cobra mensalmente o envio desta coluna. Em geral me passa mensagens com palavras suaves e divertidas, e assim aviva minha memória e estimula minha criatividade. Neste mês ela inovou, e, com três letras repetidas três vezes, disse tudo: “Toc, toc, toc”.

Ela estava batendo na porta de minha memória, não como um cobrador de impostos, e sim como alguém que vem convidar para uma festa. Ao que eu respondi com uma pergunta: “É o frio?”. Eu estava me referindo a uma das primeiras animações feitas no Brasil, uma propaganda de 30 segundos, em que uma figura fantasmagórica bate na porta de uma casa, anuncia-se como “o frio”, e é então combatida com as lãs, flanelas e cobertores do anunciante.

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