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Brigas por dinheiro: soluções para evitar desgastes na família
Pawel Czerwinski
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Neste artigo:

Problemas na família? Temos. Afinal, quem não? É natural que diálogos, embates e divergências estejam presentes nas mais diferentes relações familiares. Um filho adolescente apaixonado por rock não consegue compreender os gostos da mãe por música clássica, por exemplo. Mas, quando o assunto é dinheiro, a coisa fica mais complexa e o clima se torna tenso, especialmente porque esse é um tema pouco debatido no Brasil com a necessidade que merece.

O primeiro passo para lidar com conflitos financeiros na família é respirar, buscar calma e processar as informações. Tensões e ressentimentos podem agravar ainda mais algo que não está bem resolvido. Por isso, com exceção de casos mais complexos e que envolvem brigas judiciais, o melhor caminho é buscar o diálogo. Primeiro, é preciso conversar sobre gastos que saem fora do orçamento mensal. “O que é combinado não sai caro e não gera tensões e brigas”, explica a consultora financeira Cristina Moraes.

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Esclarecer o papel e a responsabilidade sobre os gastos de cada um também é importante como contenção de futuros conflitos. “Com as regras feitas, os questionamentos e discussões ficam menores”, destaca Beatriz Maluf, educadora financeira e fundadora do Movimento Brígidas.

Uma outra estratégia, segundo a especialista, é falar dos objetivos e desejos de cada parente dentro de uma relação familiar. “Isso também facilita, pois o seu desejo pode se diferente do desejo do outro, mas no fundo o objetivo é o mesmo = que é realizar os sonhos”, enfatiza. Segundo ela, isso pode ser feito por meio de reuniões frequentes com as pessoas que fazem parte do círculo afetivo. “Não é uma reunião de tensão, mas sim de melhoria, de projeção e de construção”, esclarece.

A consultora Cristina Moraes explica que esse modelo de reunião pode ser feito de forma mensal, apenas para tratar sobre finanças. Nada de envolver outras questões ou desvirtuar a pauta. Estabeleça um horário e duração para que todos os familiares possam dialogar sobre o assunto. “Nesta reunião, a família irá rever os gastos do mês anterior, verificar se pode reduzir alguma despesa, ou avisar que terá uma despesa adicional no próximo mês”, complementa.

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Para evitar futuras brigas por herança

E quando alguém que a gente ama já faleceu e não deixou claro sobre o futuro financeiro da família? A gente sabe que nem todo mundo é tão bom de diálogo e algumas pessoas não estão interessadas em um olhar afetuoso e compreensivo sobre a questão. Nestes momentos, é preciso ter cautela e muito cuidado. Mas o primeiro passo é sempre o familiar deixar tudo testamentado antes de partir. Se isso não for realizado, é fundamental que a família tente lidar com maturidade e responsabilidade sobre o futuro dos bens e finanças.

“A medida preventiva prioritária é ter um bom planejamento sucessório, principalmente se a família tem muitos bens e empresas”, explica Cristina Moraes. Ela, que hoje mora na Espanha, explica que no Brasil esse tema ainda é pouco explorado nas relações familiares. “Mas é basicamente organizar suas finanças pensando que um dia você não estará mais presente, deixando um testamento e orientações para sua família”, destaca.

Beatriz Maluf complementa que há outros caminhos que podem ser seguidos. “Um exemplo disso são os investimentos com características previdenciárias como o PGBL e VGBL. Por meio deles é possível estabelecer beneficiários em caso de morte”, afirma. A educadora explica que é comum esse assunto ser uma negligência, já que falar sobre dinheiro e morte ainda é um tabu. No entanto, buscar um advogado especialista no assunto pode ser um caminho importante para que a divisão de bens ocorra ainda em vida e não gere conflitos.

Confiança e transparência nas relações familiares

Buscar um espaço de partilha e compreensão em meio à diversidade de interesses familiares é importante para que esse caminho seja trilhado com empatia. “Quando existe conversa gentil, quando os pontos de vistas são aceitos e expostos de forma clara, fica mais fácil de se estabelecer limites e regras”, explica Beatriz Maluf.

Ela destaca que é importante definir os papéis e responsabilidades de cada um dentro do orçamento. Além disso, buscar objetivos em comum e realizá-los de forma conjunta pode ser mais eficiente. A consultora financeira Cristina Moraes elenca ainda algumas sugestões que podem ser úteis para as famílias adotarem uma relação mais saudável com o dinheiro:

  • Ter uma comunicação clara e objetiva nas relações familiares;
  • Negociar metas comuns e o que irão fazer para atingir. Por exemplo: economizar nas refeições fora do lar para conseguir viajar nas férias;
  • Não esconder nenhuma compra do parceiro e da família, se coloque no lugar do outro;
  • Ter um bom planejamento financeiro e fazer acompanhamentos mensais do quanto gastou em cada item;
  • Comemorar as pequenas conquistas, assim você acionará seu sistema de recompensas.

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