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O equilíbrio entre maternidade e trabalho: a poesia que dá sentido à vida
Nappy/Unsplash
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“Não lemos e escrevemos poesia porque é bonito. Nós lemos e escrevemos poesia porque somos membros da raça humana. Medicina, direito, negócios, engenharia, essas são ocupações nobres e necessárias para a vida. Mas poesia, beleza, romance, amor… isso é o que nos mantém vivos.”

Lembrei-me da cena icônica do filme Sociedade dos Poetas Mortos (1989) quando o professor Keating, interpretado pelo eterno Robin Williams (1951-2014), fala sobre a poesia, quando optei por cancelar uma reunião presencial com um cliente importante para assistir a uma apresentação de poesia de meu filho, como parte das atividades do segundo ano da escola.

Mães que trabalham fora enfrentam dilemas o tempo todo para equilibrar sua vida pessoal com a profissional. A executiva, a psicóloga, a faxineira, a enfermeira, todas sofrem quando se deparam com conciliar a maternidade com a vida de profissional. Em todos os casos, sempre há um componente de medo que divide essa mãe mãe (ou pai): devo eu faltar ao meu trabalho para atender meu filho? Mas e se eu perder esse trabalho ou essa reunião, ou esses clientes?

Recordei-me da Ivonete, que trabalhou comigo por mais de 15 anos. Ela era mãe e, ora ou outra, precisava se ausentar para levar seu garoto ao médico. Confesso que, à época, sem filhos, eu não a entendia bem os desafios da maternidade. Hoje me solidarizo e só penso em quantas apresentações da escola ela deixou de ir para não colocar seu trabalho em risco.

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Tenho a sorte da flexibilidade do home office, mas essa é a realidade de uma minoria. É muito importante que o ambiente de trabalho e as lideranças tenham esse olhar empático com as mães que precisam se dividir entre a maternidade e a carreira que escolheram. Ambos são importantes para ela, e uma mãe sempre encontrará uma maneira de fazer o seu melhor no trabalho. Eu me tornei muito mais focada e produtiva pós-filho.

A apresentação de poesia do meu menino durou poucos minutos e foi um passo muito importante para ele, um garoto bastante tímido. Ao final, um abraço forte e um “eu te amo, mamãe” que compensaram qualquer contrato que não fechei naquele dia. Não tenho dúvidas de que o trabalho nos dá a dignidade de que precisamos, mas que a vida é mesmo feita de momentos únicos e preciosos, quando a poesia e a paixão são as forças que nos movem e dão sentido singular à nossa existência. Em tempo, consegui remarcar a reunião com o cliente para o dia seguinte 😉

No fim, tudo sempre dá certo.

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*Os textos de colunistas não refletem, necessariamente, a opinião de Vida Simples.

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