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A vaidade é um fenômeno do nosso tempo?
Inga Gezalian
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“Bacanas teus óculos”, falei. Leves, classudos, num tom esportiva-mente escuro, cada lente com uma sombra que subia de baixo para cima, tornavam misterioso o olhar do amigo, um jovem editor. Comentei que nunca o tinha visto de óculos. Ele devolveu: “Pois é, mas eu estava com a vista cada vez mais cansada, até que fui ao oculista e ele me disse que precisava usar. Dois graus de miopia. Excesso de leitura. Fazer o quê…”, compungiu-se, o olhar vago, empurrando o par de lentes nariz acima com um charme intelectualmente sofrido.

Depois, encontrei uma amiga cujo pai é oftalmologista. Entre anedota e outra, ela me contou que um curioso cliente do pai havia pedido um modelo de óculos sem grau. É, era ele mesmo – o editor.

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